Reserva Natural das Dunas, em Aveiro, já está a ser parcialmente requalificada, com construção de novos passadiços e caminhos
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Já está em curso a empreitada de requalificação da Reserva Natural das Dunas de São Jacinto, no município de Aveiro. A primeira fase, com um investimento de 150 mil euros, contempla novos passadiços e caminhos, além da colocação de sinalética adequada. Mas os planos para uma segunda empreitada, em que está prevista a reativação do Centro de Recuperação de Animais Selvagens, ainda carecem de financiamento. Ribau Esteves, presidente da Câmara de Aveiro, visitou este sábado as obras que estão a decorrer na Reserva.
Foi através de duas candidaturas ao Fundo Ambiental que avançou a empreitada atualmente em curso na Reserva Natural das Dunas de São Jacinto. Aquele espaço encontra-se sob alçada de uma Comissão de Cogestão, constituída por sete entidades, entre as quais a Câmara de Aveiro, que a lidera, e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
“A parte principal da obra é a qualificação de caminhos de terra e de passadiços de madeira, assim como dos painéis informativos. No fundo, é criar melhores condições para as pessoas visitarem a Reserva, para que a mantenhamos bem cuidada, e que os visitantes andem nos caminhos formais e não por todo o lado”, explicou Ribau Esteves ao JN. O autarca sublinhou, ainda, que a maioria das pessoas não visita a Reserva com guia, o que reforça a importância da sinalética adequada.
A obra encontra-se “mais ou menos a meio” da sua execução e, sem garantias, o edil adiantou que poderá estar concluída “no final de julho”. Por executar, a aguardar financiamento, estão ainda os planos de criação do Centro de Recuperação de Animais Selvagens, nas infraestruturas do antigo Centro de Recuperação de Fauna Silvestre, que servia propósitos semelhantes e foi desativado na década de 90, situado na estrada que liga São Jacinto à Torreira (Murtosa).
Com uma “conta estimada de não menos de 300 a 400 mil euros”, o centro previsto é, segundo Ribau Esteves, “uma aposta que faz todo o sentido”. “Ainda por cima agora, que o ICNF passou a ter médicos veterinários e, portanto, tem competências técnicas nessa área que são subaproveitadas. Sempre que há um animal selvagem que precisa de ajuda, ou uma ninhada que carece de cuidados, não temos condições. Por isso, queremos e precisamos delas”, frisou.
O projeto envolve, também, o aproveitamento da antiga casa do diretor da Reserva. Em breve, será feita uma candidatura ao programa Centro 2030, para tentarem conseguir o financiamento para a execução do mesmo.
Parque de Campismo vai a terceiro concurso
À margem da visita, e questionado pelo JN, Ribau Esteves adiantou que o segundo concurso para a requalificação do Parque de Campismo de São Jacinto – numa área de 6,1 hectares, junto à Reserva Natural – ficou deserto, tal como o primeiro. Ambos tinham o mesmo preço base, de 1,7 milhões de euros. Por isso, de acordo com Ribau Esteves, vai a uma das próximas reuniões de Câmara o lançamento de um terceiro concurso, para a autarquia tentar encontrar um empreiteiro para a empreitada. A reabilitação do parque, que está fechado, prevê a melhoria das infraestruturas existentes, tanto com obras de conservação como de alteração. O espaço ficará com lotação para 800 utilizadores.