CCDR propõe transformar troço do IP3 numa autoestrada e concretizar ligação entre Castelo Branco e Monfortinho.
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A região Centro quer reforçar os principais eixos rodoviários do Litoral, através da construção de dois nós na A1: um entre a Mealhada e Aveiro, outro a sul de Pombal. O Programa Regional de Ordenamento do Território da Região Centro (PROT Centro) propõe, ainda, uma ligação com perfil de autoestrada entre Coimbra e Viseu, uma vez que o IP3 é insuficiente para o elevado tráfego diário e para a circulação de pesados e a construção de uma autoestrada (IC31) entre Castelo Branco e Idanha-a-Nova, que permita a ligação a Espanha (Madrid).
Uma das ambições do documento, elaborado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDR Centro), passa por afirmar o posicionamento estratégico da região, uma vez esta ocupa o centro do triângulo da Ibéria Ocidental, que une três das quatro maiores áreas metropolitanas da Península: Lisboa, Porto e Madrid. Contudo, para que o ponto central do triângulo que une as três áreas metropolitanas não acabe por ser esquecido, a comissão garante que é preciso colmatar lacunas na rede rodoviária, ferroviária, aérea e marítima.
Uma das soluções passa pela construção de dois nós adicionais na A1 (que aproxima o Porto de Lisboa). Um, entre a Mealhada e o Mamodeiro, em Aveiro e, outro, no ponto onde a A1 e o IC2 se cruzam, a sul de Pombal. "As autoestradas têm um papel estruturante como vias de ligação entre os principais centros urbanos, mas também na interação com o sistema viário capilar dos territórios onde passam. Esta última função é tanto mais importante quanto esses territórios tenham uma elevada densidade populacional e industrial, como é o caso do Litoral do Centro", lê-se no documento, consultado pelo JN.
A CCDR Centro reforça, ainda, a importância de concretizar o troço do IC31 numa autoestrada, entre Castelo Branco e o posto fronteiriço de Monfortinho, em Idanha-a-Nova, para a abertura de uma nova acessibilidade ao interior espanhol, "através da província de Cáceres e das suas vias norte-sul A-66/E-803 (Rota de la Plata) e oeste-este EX-A1 e A-5 (até Madrid)".
IP3 está repleto de camiões
Além das medidas para aumentar a conectividade ibérica, o documento propõe alternativas para potenciar a acessibilidade e a conectividade intrarregional, sendo este um fator-chave de promoção da coesão e da afirmação do caráter policêntrico da região. Uma das estratégias é a transformação de um troço do IP3, entre Coimbra e Viseu, em perfil de autoestrada. A via "não oferece, há vários anos, o nível de serviço determinado para um IP e que o elevado tráfego médio diário e o expressivo tráfego de pesados exigem, indubitavelmente, um perfil de autoestrada". Para a comissão, é fundamental a beneficiação do IC8, sobretudo no troço entre Avelar, em Ansião, e Pombal. A via não é compatível com a designação de itinerário complementar (IC), sendo que este investimento antecipará o aumento do volume de tráfego decorrente da construção do IC31. A conclusão do IC6, entre Tábua, Oliveira do Hospital e Covilhã, é outra intervenção que a CCDR destaca, pois irá oferecer "uma ligação transversal e crucial para a coesão territorial e para a ligação Litoral-Interior.
É sugerida, também, a concretização das ligações previstas no Plano Rodoviário Nacional 2000, que nunca foram executadas, com traçados e perfis adequados à realidade atual, em particular o IC37, entre Seia e Nelas, o prolongamento do IC12 (Canas de Senhorim/Nelas - Mangualde/A25) e a autoestrada entre Aveiro e Águeda.
Criar rede de aeródromos e voos regionais
A Comissão pretende desenvolver uma rede de aeródromos e heliportos, tendo como objetivo dotar a região de melhores condições de combate a incêndios rurais e na resposta a emergências médicas. Esta rede de equipamentos locais fomentará a capacidade de atração de voos regulares de linhas aéreas regionais, de voos charter e de voos de instrução, treino, desporto e lazer. A alternativa poderá ser considerada para transporte de carga por via aérea.
À Lupa
Porto-Lisboa
A Autoestrada 1 (A1) ou Autoestrada do Norte faz a ligação entre as duas principais cidades de Portugal, Porto e Lisboa, via Santarém, Leiria e Coimbra.
Compromisso
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, garantiu, no passado mês de março, o "compromisso inabalável" de transformar o Itinerário Principal 3 (IP3) numa autoestrada entre Coimbra e Viseu, numa extensão de 80 quilómetros. Se tal se concretizar, a viagem deverá encurtar em 22 minutos.