A urgência pediátrica do Hospital de Viseu só vai receber casos urgentes ou emergentes a partir do dia 1 de junho. Além dos centros de saúde, os doentes podem ser encaminhados, ainda, para as urgências básicas de Tondela e de S. Pedro do Sul.
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A partir de dia 1 de junho, a urgência pediátrica do Hospital de Viseu vai passar a ser referenciada, ou seja, vai receber apenas casos urgentes e emergentes. Todos os casos menos graves, triados através da linha SNS24, serão reencaminhados para os centros de saúde, que terão um alargamento de horário até às 23 horas, anunciou a Unidade Local de Saúde (ULS) Viseu Dão-Lafões.
Estes casos podem ser referenciados para os serviços de urgência básica de São Pedro do Sul e de Tondela. Será criado, também, um "novo ponto de reforço ao atendimento na cidade de Viseu", adiantou a unidade hospitalar em comunicado. O objetivo, segundo a ULS de Viseu, é "preservar a capacidade de resposta da urgência pediátrica para todas as situações referenciadas, mais urgentes ou emergentes" e "manter a capacidade de apoio em neonatologia para o regular funcionamento do bloco de partos".
Este novo plano de modelo para o serviço tinha sido garantido pela ministra da saúde, na última quinta-feira. Ana Paula Martins prometeu que o plano seria conhecido na segunda-feira, a verdade é que chegou com dois dias de atraso. O serviço de urgência pediátrica do Hospital de Viseu tem estado condicionado desde março, altura em que começou a fechar todas as noites entre sexta-feira e domingo. Segundo o hospital, 60% dos casos que recorrem ao serviço são classificados como não urgentes.
Solução não serve
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses exige que sejam contratados mais profissionais de saúde e defende que o plano apresentado "não é solução".
"Alargar os horários dos centros de saúde até às onze da noite não é solução. Das 23 horas às 8 horas da manhã o que é que acontece?", questiona o sindicalista Alfredo Gomes. O dirigente afirma que os cuidados de saúde primários vão sair "desfalcados. Qualquer solução que seja adotada vai ser, como se costuma dizer, tapar a cabeça e destapar os pés", alerta ainda.
Para o próximo sábado, 1 de junho, está marcada uma manifestação contra o fecho da urgência.