Senhorio propôs pagar massa insolvente e ficar com cervejaria no Porto. Trabalhadores aceitam.
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Ainda não foi tomada uma decisão final, mas a proposta do senhorio da Cervejaria Galiza, na Rua do Campo Alegre, no Porto, foi na quarta-feira aceite pelos trabalhadores. O proprietário, dando nota de que poderia avançar com uma ação de despejo em setembro, uma vez que deixou de receber a renda do espaço há cerca de um mês, propôs pagar a massa insolvente de 250 mil euros e ficar com o estabelecimento. Mas livre de trabalhadores. Falta um credor pronunciar-se. Terá de o fazer num prazo de dez dias.
"Não tivemos outra alternativa se não aceitar. Fomos encostados à parede", admite António Ferreira, representante dos trabalhadores. Isto porque, caso a ação de despejo avançasse, os 29 trabalhadores poderiam não receber qualquer indemnização.
Despesas a pagar
"Assim, poderemos receber alguma coisa, mas ainda há despesas a pagar", recorda. A expectativa é que o espaço se mantenha na área da restauração, abrindo a possibilidade de alguns dos trabalhadores da Galiza serem novamente contratados, apesar de alguns já terem encontrado novo emprego ou estejam na reforma.
À audiência, que decorreu na quarta-feira no Tribunal do Comércio de Gaia, não se apresentou um dos credores. A decisão final está dependente da sua pronúncia.
"Só depois o juiz irá marcar a audiência final", esclareceu António Ferreira.
No total, são quatro credores: a Segurança Social, a Autoridade Tributária, os próprios trabalhadores e a Sociedade Real Sabor, um dos fornecedores, que reclama 11 951 euros.
As dívidas ao Estado ascendem aos 1,8 milhões de euros.
Decisão
Tribunal declarou insolvência do espaço há um ano
Depois de uma tentativa da empresa de encerrar coercivamente a Cervejaria Galiza, em novembro de 2019, os trabalhadores mantiveram o restaurante aberto, sob sua própria gestão, durante largos meses. Ordenados e subsídios em atraso foram pagos poucos meses depois, tal como faturas de gás e eletricidade no valor total de 7161 euros, evitando o corte dos serviços. No confinamento, a cervejaria funcionou em regime de takeaway. A insolvência foi declarada em junho de 2020.