O incêndio que deflagrou, na madrugada de ontem, nas instalações do Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ), em Castelo Branco, causou prejuízos superiores a três milhões de euros. A Polícia Judiciária está a investigar as causas do fogo.
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Apesar dos prejuízos avultados, Joaquim Guedelha, administrador do ISQ, assegurou, ontem, que o pavilhão destruído pelas chamas "vai ser reconstruído e recuperado, podendo estar apto a funcionar dentro de três meses, para que o Laboratório de Ensaios Termodinâmicos (LABET) possa retomar a actividade".
"Tínhamos a decorrer vários ensaios de certificação de sistemas de frio e de transporte de produtos perecíveis, para além dos ensaios de materiais que fazíamos para a Agência Espacial Europeia (ESA)", disse.
O ISQ de Castelo Branco, através do seu Laboratório de Ensaios Termodinâmicos (LABET), estava a testar o revestimento térmico do primeiro vaivém espacial da ESA - Agência Espacial Europeia.
Para a realização dos testes, a equipa do LABET desenvolveu um equipamento especial e um método de ensaio inovador, mais completo do que o utilizado pela NASA, segundo a sua página na Internet.
Joaquim Guedelha realçou que os materiais que estavam em teste são "únicos, uma vez que só aqui é que se fazem estes ensaios".
Todos os equipamentos que se encontravam no pavilhão ficaram destruídos, mas o administrador mostrou-se optimista.
"Vamos construir outros túneis de frio iguais ao que tínhamos e colocar os equipamentos a funcionar rapidamente, de maneira a que consigamos cumprir com os objectivos que tínhamos com a Agência Espacial Europeia", adiantando que o ISQ vai tentar encontrar instalações provisórias em Castelo Branco para que os ensaios possam continuar até o pavilhão estar recuperado.
Escapou zona de escritórios
De acordo com o comandante distrital de operações de socorro, Rui Esteves, o fogo, que eclodiu às 3.24 horas e entrou em fase de rescaldo cerca das 7 horas, destruiu "parte da fábrica", mas "não afectou a zona de escritório".
Já o responsável técnico das instalações de Castelo Branco do ISQ, Vasco Pires, optou por ser mais defensivo: "A parte técnica das instalações ficou muito danificada, mas os escritórios parece-me que estão salvaguardados. Em princípio, o projecto que tínhamos a decorrer para a ESA estará salvaguardado, mas ainda é muito cedo para tirarmos conclusões, assim como para determinar as causas do incêndio". Vasco Pires disse que o fogo começou numa área onde se encontravam dois camiões que ficaram completamente destruídos.
O presidente da Câmara de Castelo Branco, Joaquim Morão, deslocou-se ao local do incêndio, tendo manifestado disponibilidade para ajudar a encontrar uma solução para colmatar os elevados prejuízos registados.