O orçamento municipal da câmara de Valença foi chumbado pela Oposição. A autarquia liderada por José Manuel Carpinteira, do Partido Socialista (PS), já anunciou que pretende abrir negociações, ouvindo os seus opositores na próxima semana, para tentar reverter o impasse.
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Fonte autárquica informou que, neste momento, a posição da maioria socialista é procurar chegar a um entendimento com os restantes membros do executivo, PSD e Movimento Independente Fortalecer Valença, de forma a marcar uma nova reunião extraordinária do executivo para “tentar conseguir a aprovação do orçamento”.
“A câmara quer que as coisas se resolvam a bem do concelho e da população”, indicou a mesma fonte, defendendo que foram feitas "reuniões prévias com todos os partidos com assento na Assembleia Municipal, ao abrigo do estatuto do direito à Oposição, para falar da proposta de orçamento e colher eventuais sugestões dos grupos partidários". No entanto, "houve um deles que nem sequer apareceu à reunião". Já o PSD "compareceu mas não levantou objeções, nem apresentou propostas alternativas. Portanto, nada fazia prever que fosse acontecer esta situação”.
A mesma fonte indicou que o orçamento municipal de Valença para 2025 ascende a cerca de 35 milhões de euros e estão em causa “vários milhões de euros de candidaturas ao Plano de Recuperação e Resiliência que podem ficar em suspenso". Este é um investimento "que se pode perder para o território” caso o orçamento não venha a ser aprovado.
Do executivo fazem parte o social-democrata Manuel Lopes, ex-autarca de Valença, que perdeu as eleições para o socialista José Manuel Carpinteira em 2021, e também José Monte, que integrou executivos anteriores do PSD, liderados primeiro por Jorge Mendes e depois por Manuel Lopes. Nas últimas eleições autárquicas candidatou-se como independente, tendo elegido dois vereadores.
Ao JN, José Monte declarou que “já informou” o presidente da Câmara de que “está disponível para reunir na segunda-feira” da próxima semana, de modo a que “dê tempo de marcar reunião extraordinária do executivo para sexta-feira”. O vereador da oposição acusa José Manuel Carpinteira de “inação” nos últimos três anos e de, a um ano das eleições, apresentar o maior orçamento do mandato.
“O PS governa à custa do Fortalecer Valença. O PSD sempre votou contra desde a primeira hora e nós fomos sempre dando a oportunidade e o benefício da dúvida daquilo que nos era apresentado. Mas nos últimos anos, temos assistido que em termos do investimento em obras prioritárias, que o senhor presidente diz que são transformadoras, nada ocorre”, acusou José Monte, indicando que uma das condições para haver entendimento para aprovação do orçamento municipal é “mais investimento nas freguesias”.
“Este orçamento de 35 milhões não é exequível e não nos pode atirar areia para os olhos, que tem de inscrever rubricas porque são candidaturas ou do PRR, quando no passado esses mesmos projetos foram incluídos e não foram incluídas as verbas na totalidade. Temos de ser coerentes e já chamamos a atenção de muitos investimentos que prometeu e que não foram realizados”, acrescentou.
O social-democrata Manuel Lopes não se mostrou disponível e o autarca José Manuel Carpinteira remete declarações sobre o caso para um momento posterior.