"Mão cheia" de arquitetos conceituados, como Siza Vieira e Souto Moura, vão ancorar a ampliação do parque de Coimbra com recriações, à escala criança, de projetos como o Pavilhão de Portugal, a Casa da Música, a Casa das Histórias de Paula Rego ou o Terminal de Cruzeiros de Leixões. Fundação assume investimento.
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Se tudo correr como previsto, em meados de 2027, os mais novos, e não só, podem começar a "aprender" arquitetura "brincando". Foi essa ideia do médico e filantropo Bissaya Barreto quando, em 1937, projetou o Portugal dos Pequenitos, em Coimbra, com mini casas das várias regiões do país e do mundo, para mostrar a diversidade. Foi essa a pretensão quando a Fundação com o seu nome convidou cinco dos mais prestigiados arquitetos portugueses para recriarem, à escala da criança, alguns dos seus projetos mais famosos, que irão sustentar a ampliação do parque. Um desafio em forma de "aventura", como a dos "Cinco", da escritora Enid Blyton.
"O Portugal dos Pequenitos vai crescer em cerca de um hectare, inteiramente dedicado à arquitetura contemporânea", resumiu esta terça-feira a presidente do Conselho de Administração da Fundação Bissaya Barreto (FBB), Patrícia Viegas, na apresentação do projeto, em Coimbra.
A expansão, num terreno a sul, em Santa Clara, ao lado do Portugal dos Pequenitos irá ter um Pavilhão de Portugal, do arquiteto Siza Vieira; a Casa das Histórias de Paula Rego, de Eduardo Souto Moura; a Casa da Música, de Nuno Rosado; o Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, de Luís Pedro Silva; e o Bar "À Margem", de João Pedro Falcão de Campos. Cinco espaços ligados por áreas verdes traçadas pelos arquitetos paisagistas Frederico Vital e Eduardo Costa.
Custa sete milhões de euros
O trabalho, realizado nos últimos anos, foi feito em equipa, o que não é fácil atendendo aos "egos" dos arquitetos, como reconheceu hoje, meio a brincar, Souto Moura. "Mas correu muito bem e estão reunidos todos os ingredientes para um bom resultado", vaticinou numa sessão onde estiveram todos os arquitetos, com exceção de Siza Vieira, que enviou uma mensagem por vídeo, onde disse ter ficado "perplexo" com o convite, que "pode ajudar a compreender a arquitetura".
E também contribuir para o crescimento do turismo, disse o Secretário de Estado do setor, Pedro Machado, A "jogar em casa", nasceu em Montemor-o-Velho, nos arredores de Coimbra, o governante puxou dos números deste ano - 30 milhões de turistas estrangeiros em Portugal, 80 milhões de dormidas - para lembrar que o turismo é uma "industria poderosa que assenta na diversidade" da oferta de projetos com "grandeza nacional como este do Portugal dos Pequenitos".
Patrícia Viegas disse ao JN que a expansão do parque, um investimento de sete milhões de euros, será feito unicamente com verbas da Fundação Bissaya Barreto. Espera que esteja concluído em "meados de 2027" e acredita que irá contribuir para "um crescimento de 30 a 40%" dos visitantes, que no ano passado foram cerca de 240 mil.