Bombeiros de Freixo de Espada à Cinta entregam casa senhorial, que herdaram em Ligares, se o sorteio dos 95 anos chegar pelo menos aos 50 mil euros.
Corpo do artigo
Quem sempre sonhou viver num palacete tem agora oportunidade de adquirir um por apenas cinco euros na aldeia de Ligares, concelho de Freixo de Espada à Cinta. Isto porque a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Freixo de Espada à Cinta decidiu sortear uma antiga casa senhorial, que herdou há anos de uma benemérita da localidade.
O primeiro prémio do sorteio dos 95 anos da corporação é a casa, mas há mais dois, nomeadamente seis dias numa unidade hoteleira de cinco estrelas e quatro garrafas de vinho. Cada rifa custa cinco euros. "A direção dos bombeiros decidiu rifar a casa e a Assembleia de Freguesia de Ligares decidiu por unanimidade dar-nos liberdade", explicou Edgar Gata, presidente da associação humanitária.
O sorteio está a decorrer até setembro e os bombeiros esperam vender milhares de rifas. "Se não atingirmos o mínimo de 50 mil euros suspendemos o sorteio. A nossa ideia é vender no mínimo cinco mil rifas, o que daria 100 mil euros", esclareceu Edgar Gata.
Desde o final de fevereiro, quando teve início o sorteio, já apuraram cerca de três mil euros. "Estamos a envolver parceiros de outras zonas do país, como imobiliárias e corpos de bombeiros, para venderem rifas", acrescentou.
Herança pesada
Uma coisa é certa: a herança que a benemérita Veneranda Martins deixou em testamento aos bombeiros em 2010, tem sido pesada. Em 2021 a corporação tentou vender o imóvel. "Houve uma interessada que ofereceu 70 mil euros, mas a população e a Junta de Freguesia opuseram-se", recordou Edgar Gata.
A associação humanitária acabou por suspender a venda depois de ter chegado a um consenso com a junta de Ligares para, em conjunto, tentarem encontrar uma solução que permitisse manter a casa nas mãos da corporação, mas criando alguma mais-valia para a aldeia.
"Só que não se encontrou nenhuma solução e a junta de freguesia também não se chegou à frente. A casa está a degradar-se e os bombeiros não têm vocação para gerir este património", observou Edgar Gata.