O Castelo da Feira, cujas origens remontam ao século XI e é monumento nacional desde 1910, vai ser requalificado, num investimento total de cinco milhões de euros. O espaço ficará com mais espaços visitáveis. A primeira fase da empreitada, que teve parecer positivo da Direção-Geral do Património Cultural, já arrancou.
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"O Castelo da Feira é o mais bonito de Portugal", afirma, convicto, o presidente da Câmara, Emídio Sousa, que observa o monumento da janela do seu gabinete. A imponente edificação, situada na posição altaneira junto à mata das Guimbras, que à vista parece não sofrer de qualquer problema, padece contudo de várias maleitas que necessitam de intervenção urgente. Há problemas com a cedência da estrutura da muralha, que em alguns locais apresenta risco de derrocada devido a humidades e irregularidades nas fundações. As obras previstas e aprovadas pela Direção-Geral do Património Cultural estão agrupadas em três tipos de intervenção, mais abrangentes.
Na primeira fase dos trabalhos, já em curso, serão investidos cerca de 700 mil euros comparticipados em 85% por fundos comunitários. Trata-se da consolidação estrutural e reabilitação da muralha e do Paço do Castelo.
Novas fases
Vão seguir-se, depois, as obras que contemplam a consolidação e conservação de espaços em atividade como a capela, presbitério e barbacã, torre de menagem, praça de armas e túnel de acesso à tenalha. A conservação de espaços inativos como a torre do poço e a torre da casamata, a criação de novas valências e arranjo dos espaços exteriores à muralha e do estacionamento contíguo são outros trabalhos agendados, que elevam a fatura aos tais cinco milhões.
As intervenções posteriores à primeira fase deverão arrancar dentro de dois ou três anos. As obras terão o necessário e obrigatório acompanhamento arqueológico, prevendo-se escavação de áreas em que esteja prevista afetação do subsolo.
"Trata-se de uma empreitada com processos muito exigentes, mas demos o passo mais importante com a aprovação prévia [da Direção-Geral do Património Cultural]", considerou o presidente da Câmara da Feira. Emídio Sousa espera obter os necessários fundos comunitários para a segunda fase, porque "o castelo apresenta alguns sinais de cedências e uma série de problemas que exigem obras de fundo".
O autarca esclarece, ainda, que após a intervenção o castelo vai passar a contar com novas áreas de visita que até aqui estavam interditas ao público como é o caso do poço e da casamata.
"Vamos aumentar os espaços de visita e resolver os problemas de acessibilidade [para pessoas com mobilidade reduzida], tornando o castelo ainda mais atrativo", garantiu.
Apontamentos
Comissão
O Castelo da Feira é administrado pela "Comissão de Vigilância", criada em 1909. Na década de 90, presidida pelo empresário Ludgero Marques, a comissão promoveu importantes obras de remodelação.
Trabalhos
Entre as diversas intervenções previstas encontra-se a reabilitação de elementos como os coruchéus cónicos das torres e a recuperação do poço e respetiva escadaria em espiral. Estes coruchéus estão representados nos "bicos" que ostenta o pão doce da Feira, a fogaça.