Este fim-de-semana já não haverá sessões de cinema no auditório do Teatro Experimental Flaviense (TEF), a companhia de teatro local que há anos projectava filmes, com carácter regular, em Chaves (todos os fins-de-semana). A direcção da companhia suspendeu o serviço alegando falta de assistência.
Corpo do artigo
"Há duas semanas, no domingo, só havia 12 pessoas na sala". "E às vezes chegámos a fazer sessões com seis pessoas. Não dava! Ainda tentamos mudar o tipo de filmes, mas não conseguimos aguentar", explicou o presidente da direcção do TEF, Rufino Martins.
Para o dirigente, a agonia do cinema flaviense já não é de agora e deve-se a uma conjugação de factores. "Começou há cerca de quatro anos, com o aparecimento dos DVD, depois foi o Meo [que disponibiliza um serviço videoclube a partir de casa] e, além disso, agora, os jovens conhecem os filmes antes mesmo de chegarem a Portugal [via Internet]", revela o dirigente do TEF, admitindo que a própria crise possa estar na origem da "morte" da sala flaviense.
O aparecimento de salas de cinema com melhores condições no centro comercial em Vila Real também terá dado uma ajuda. "As pessoas vão às compras e aproveitam para ir aos cinema", admite Rufino. Antes de encerrar a sala, a direcção do TEF "sondou" alguns organismos, para encontrar apoios para "subsidiar" o serviço. Mas "ninguém se mostrou disposto a ajudar". Confrontando pelo JN, o presidente da Câmara, João Batista, justificou que "neste momento [de crise] não era possível subsidiar uma acção com números de assistência tão reduzidos".