Cinquenta mulheres, utentes da Mansão de São José, em Beja, dadas como recuperadas da covid-19, regressaram este domingo ao lar, 15 dias depois de terem sido transferidas para o Centro de Acolhimento Covid da Base Aérea (BA) 11, devido à epidemia de coronavírus.
Corpo do artigo
O surto naquela Estrutura Residencial Para Idosos (ERPI), propriedade de uma instituição eclesiástica, foi detetado na sequência da testagem positiva de uma utente e de uma funcionária, no passado dia 13 de outubro. Tinha 89 utentes. Atualmente, 76 estão no lar e cinco estão internadas nas enfermarias covid do 3º piso do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja.
Oito utentes do lar, com idades compreendidas entre os 81 e os 99 anos, acabaram por morrer no hospital, onde estavam internadas.
Segundo apurou o JN, nem tudo terá corrido bem no centro de acolhimento da BA11, uma vez que as duas utentes que tinham sido transportadas do lar e que estavam negativas, acabaram por contrair a doença covid-19. O mesmo se passou com a diretora técnica nomeada pela direção da ERPI, que contraiu a doença, ficou confinada na sua habitação e o centro de acolhimento foi entregue a um elemento da empresa prestadora de serviços contratada pela Câmara Municipal de Beja para tratar das utentes.
A operação de transferência das utentes, realizada durante a tarde deste domingo, voltou a ser coordenada pelo comandante dos Bombeiros Voluntários de Beja e, para além de operacionais e viaturas da corporação, contou com meios humanos e logísticos da delegação local da Cruz Vermelha Portuguesa e a colaboração da Esquadra de Trânsito da PSP.
Por parte da Câmara Municipal de Beja esteve presente Marisa Saturnino, vereadora com os pelouros da Ação Social e Saúde e membros da Proteção Civil Municipal. A diretora técnica da Mansão de São José que acompanhou a chegada das utentes ao lar recusou prestar qualquer esclarecimento sobre a situação.
Recorde-se que a Câmara Municipal de Beja contratou 50 trabalhadores a empresa prestadora de serviços, sendo que 40 estavam no Centro de Acolhimento da BA11 e agora ficam na Mansão, enquanto que os restantes 10 trabalhadores estão deslocados no Centro do Salvador.
Ao JN, o presidente da Câmara de Beja justificou que "a contratação das 50 pessoas, custa 127.500 euros por mês". Paulo Arsénio diz que face à situação extrema derivada da pandemia "a autarquia substituiu-se às instituições na contratação de meios indispensáveis ao regular funcionamento e assistência urgente dos utentes".