Provar, testar e fazer sugestões para a criação de novos produtos ou melhorar os artigos que estão à venda são iniciativas que já estão ao alcance dos clientes de uma cadeia de supermercados alemã. Presente em 32 países, o Lidl lançou o projeto Lidlab em duas lojas em Portugal – uma no Porto e outra em Oeiras.
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“Foi uma ideia que tive para aumentar a fidelização dos clientes e garantirmos que os nossos produtos vão ao encontro das suas expectativas. Aquilo que o cliente deseja ter na sua casa tem, neste espaço, a oportunidade para ajudar a criar”, revela, ao JN, Pedro Franco, diretor do departamento de qualidade do Lidl, que investiu meio milhão de euros na criação dos dois espaços.
Para obter “uma perceção mais clara das diferenças no palato das pessoas”, o projeto foi implementado, nesta semana, nas zonas Norte e Sul do país, nas lojas de Agramonte, no Porto, e de Linda-a-Velha, em Oeiras. O objetivo é “adequar” os produtos às diferentes preferências gastronómicas. “Sempre que houver diferenças muito grandes, se calhar justifica-se ter produtos específicos em Lisboa e aqui”, adianta o responsável, que nesta quinta-feira esteve presente na inauguração do Lidlab – Centro de Inovação e Cooperação de Agramonte, criado numa loja contígua ao supermercado que esteve para arrendar durante algum tempo.
“Acho que este tipo de teste é importante, no sentido de tentar agradar ao maior número de pessoas”, observa Tiago Amorim, que é influenciador na área da culinária e participou na prova inaugural da loja de Agramonte.
“Este laboratório foi preparado de forma a parecer uma casa, porque é nas nossas casas que vamos consumir os produtos, e tudo isso é muito importante na experiência de consumo de um produto”, aponta Pedro Franco, salientando que, além de “desenvolver novos artigos”, o objetivo do Lidlab passa por “melhorar os artigos existentes, para adequá-los às expectativas dos clientes, à sustentabilidade e ao estilo de vida dos dias de hoje”.
“No Lidl, os clientes participam na criação dos produtos”, lê-se no Lidlab de Agramonte, ao qual os clientes podem aceder – tal como ao de Linda-a-Velha – a partir do registo no site do supermercado e respetiva inscrição na iniciativa. “Criamos este espaço para termos uma maior proximidade com o cliente final”, realça o diretor do departamento de qualidade, cujo objetivo é “saber o que os clientes procuram e que características apreciam num determinado produto e o que os leva a comprar aquele produto e não outro”.
“Vamos consultar o cliente antes da criação do artigo e perguntar qual é, para ele, o melhor néctar ou a melhor bolacha e vamos comprá-los onde houver e fazer engenharia reversa, transportando aquelas características para o desenvolvimento do produto. Depois, vamos apresentar a amostra e o cliente vai decidir qual é aquele que mais se aproxima das características que considera mais válidas. Depois, vamos reavaliar, com provas cegas, e colocar o produto no mercado”, explica Pedro Franco.