O Clube de Minigolfe do Porto está a comemorar 50 anos de vida. A modalidade continua a atrair centenas de pessoas que, sobretudo aos fins de semana, rumam ao clube, no Jardim do Passeio Alegre, na Foz, para uma saudável competição.
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Dizem, em jeito de graça, que são "malucos" pelo minigolfe, ao ponto de "respirarem" a modalidade que entrou na família há mais de 50 anos e que já vai na terceira geração de praticantes. "Há dias em que o minigolfe faz mais falta do que oxigénio", afirma André Silva, vice-presidente do Clube de Minigolfe do Porto, enquanto solta uma gargalhada. Foi em 1971 que o pai, António, contabilista, foi "desencaminhado" por um amigo para ir conhecer a modalidade. Achou tanta "piada", que dois anos depois [a 12 de junho de 1973] foi um dos sócios fundadores do clube, na Foz.
E sinal de que a modalidade continua a atrair muita gente são as centenas de pessoas que, sobretudo ao fim de semana, visitam o clube, no Jardim do Passeio Alegre. "Ao fim de semana temos 150 a 200 pessoas por dia, contabilizando anualmente 40 mil entradas. Parece uma romaria!", conta, envaidecido, António Silva, que já foi presidente do clube "19 anos seguidos" e que aos 85 ainda entra em competições.
Neste fim de semana, o clube organiza uma das mais prestigiadas provas europeias da modalidade: a Taça das Nações de Seniores, com 50 jogadores da Alemanha, Finlândia, Suíça, Áustria e Portugal. Entre 9 e 12 de agosto, o Clube de Minigolfe do Porto recebe o Campeonato Europeu de Seniores.
O neto de António, Bernardo, de 26 anos, que também é treinador no clube, conta que "ninguém" o influenciou para o minigolfe. Tanto que ainda experimentou futebol antes de, aos 14 anos, começar a praticar a modalidade, onde o tio André há muito dava cartas. "Esta é uma modalidade possível de compatibilizar com a atividade profissional", salientou o engenheiro mecânico.
O tio, dentista, de 59 anos, não tem dúvidas que uma das mais-valias do minigolfe é permitir "um desligar dos problemas".
Já António valoriza o facto de esta ser "uma atividade para todos os estratos sociais [a entrada no clube custa 1,5 euros para menores de 13 anos e três euros acima dessa idade], onde o adversário são as pistas".
Ainda assim, e consciente que esta modalidade "precisa de sangue novo", André Silva destaca a organização da Academia de Verão, destinada a jovens a partir dos oito anos.
Em família
Gabriela mandou no jogo
Gabriela, de dois anos, não aparece na foto de família, porque não gostou que lhe interrompêssemos o jogo. O pai, José, até fez um brilharete e à primeira tacada enfiou a bola no buraco, para gáudio da mulher, Vera, e espanto de Gustavo e da namorada, Vitória. A família do Porto contou que no verão vai ao minigolfe "muitas vezes".
Carolina queria muito voltar
Carolina, seis anos, de Gondomar, tinha ido no ano passado uma única vez ao minigolfe da Foz e "gostou tanto" que tinha o desejo de voltar. Há dias, os pais, Celeste e Hugo, fizeram-lhe a vontade, e foram passar "um dia diferente" na companhia dos avós, Fernando e Isabel, e do irmão, Henrique, de quatro anos.