A Coindu, empresa de componentes automóveis situada em Joane, Famalicão, quer despedir 123 trabalhadores e enviar para lay-off outros 237, todos afetos à área produtiva. Os colaboradores já começaram a ser informados, mas há ainda um prazo legal que terá de decorrer, e negociações que devem acontecer nos próximos dias.
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“Há um sentimento de tristeza e revolta entre os trabalhadores, que temem o pior”, adiantou Francisco Vieira, do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes notando que muita gente “sofre para dentro” e tem até receio de falar aos jornalistas.
Segundo a mesma fonte, a empresa alega dificuldades de mercado e problemas financeiros para recorrer ao despedimento coletivo e ao lay off através da suspensão dos contratos de trabalho por seis meses.
Francisco Vieira aponta que o despedimento deverá afetar os trabalhadores mais recentes porque “fica mais barato”, mas as pessoas têm um sentimento de “injustiça”. “É uma fábrica onde trabalham famílias”, refere notando que foi uma notícia que surpreendeu a região
Sindicato vai tentar reduzir lista
Aquando do encerramento da unidade de Arcos de Valdevez, no final do ano passado, o administrador da Coindu, António Cândido, garantiu que não estavam em causa despedimentos na unidade produtiva de Joane. Na mesma altura acrescentou que o grupo recebeu um apoio de quatro milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para a fábrica situada no concelho de Famalicão.
De acordo com Francisco Vieira, a Coindu tem funcionários em casa a receber a totalidade do salário desde janeiro, mas pretende ter este ano, uma disponibilidade entre 800 e 820 colaboradores. Em 2026, o intuito é ter entre 950 e 1050 funcionários. “Agora vamos tentar evitar os despedimentos e reduzir ao máximo o número de pessoas, e conseguir ganhos na compensação a ser paga”, adiantou.
Atualmente, segundo a mesma fonte, a empresa tem 1150 trabalhadores, longe dos cerca de mais de 2000 que já teve. O sindicalista confessa que os trabalhadores receiam que a produção possa ser transferida para a Tunísia, onde a Coindu abriu recentemente uma fábrica.
O JN contactou a empresa, mas não conseguiu chegar à fala com ninguém. Contudo, num comunicado enviado a algumas televisões, a Coindu diz atravessar uma fase “particularmente difícil e adversa” devido à crise no mercado automóvel.