Medida encarada com “enorme preocupação” e segue-se ao fecho, em 2024, da unidade de Arcos de Valdevez.
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A Coindu, indústria de componentes para o setor automóvel, que no final do ano passado encerrou uma unidade de produção em Arcos de Valdevez, vai colocar cerca de 250 trabalhadores da fábrica de Joane, em Famalicão em lay-off. Só no ano passado mais de 26 mil trabalhadores em todo o país viram as empresas aplicar esta medida.
Segundo o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), a Coindu informou na passada sexta-feira, que vai concretizar “mais um processo de lay-off” na unidade produtiva de Joane. Ao que o JN conseguiu apurar junto de fonte sindical, apesar da informação ter surgido no final da semana passada, até ontem à tarde, ainda não havia mais pormenores sobre a forma como será aplicada esta medida, que permite a redução do horário de trabalho ou a suspensão temporária dos contratos de trabalho.
“Atendendo ao passado bem recente, e ainda bem presente, que lançou para o desemprego centenas de trabalhadores, é com enorme preocupação que recebemos a comunicação que a empresa pretende encetar um processo de lay-off de cerca de 250 pessoas”, lê-se numa comunicação nas redes sociais do SIMA.
Só no ano passado, 26 258 trabalhadores no páis viram o seu horário reduzido ou os contratos suspensos temporariamente. Janeiro foi o mês em que mais colaboradores estiveram em lay-off, contabilizando-se 12 206.
No final de 2024, a empresa de componentes automóveis fundada em 1988, encerrou a fábrica de Arcos de Valdevez lançando para o desemprego 350 pessoas. Nessa altura, o CEO, António Cândido, garantiu que não estavam em causa despedimentos na unidade produtiva de Joane.
O administrador adiantou, no mesmo momento, que o grupo recebeu um apoio de quatro milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para a unidade industrial de Joane.
Na base do encerramento da unidade produtiva de Arcos de Valdevez esteve a “forte recessão” da indústria automóvel”, mas António Cândido antecipava que no futuro não haveria lugar a despedimentos uma vez que os projetos que a empresa tinha em Joane eram “estáveis”.
A fábrica do concelho de Famalicão emprega, atualmente, cerca de dois mil trabalhadores. O JN tentou contactar a Coindu, mas não conseguiu chegar à fala com nenhum responsável.