O Bloco de Esquerda (BE) garante que a Coindu "prepara um despedimento coletivo" de 123 trabalhadores na fábrica de Joane, em Famalicão, depois de ter encerrado a unidade de Arcos de Valdevez em 2024. O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) não confirma e fala em lay-off de 250 trabalhadores.
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Nesta terça-feira, o sindicato avançou, ao JN, que a Coindu informou, na passada sexta-feira, que vai concretizar “mais um processo de lay-off” na unidade produtiva de Joane. Ao que o JN conseguiu apurar junto de fonte do SIMA, apesar da informação ter surgido no final da semana passada, ainda não havia mais pormenores sobre a forma como será aplicada esta medida, que permite a redução do horário de trabalho ou a suspensão temporária dos contratos de trabalho.
No entanto, o BE enviou, esta quarta-feira, uma pergunta ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, assinada pela deputada na Assembleia da República Isabel Pires, na qual alerta para um despedimento coletivo na fábrica de Famalicão, onde trabalham cerca de duas mil pessoas.
"O Bloco de Esquerda teve conhecimento de que a empresa se prepara um despedimento coletivo de 123 trabalhadores na unidade industrial de Joane, no concelho de Vila Nova de Famalicão. Sabemos que a empresa se prepara para colocar mais de 80 trabalhadores em regime de lay-off", pode ler-se na pergunta, enviada ao Governo. O BE manifesta-se "solidário" com os funcionários da Coindu, considerando que "é necessária uma intervenção do Governo de forma a garantir que todos os direitos dos trabalhadores são assegurados".
No documento a que o JN teve acesso, o BE procura saber se a Autoridade para as Condições do Trabalho está a acompanhar a situação da empresa e que medidas foram desencadeadas, assim como se o despedimento coletivo foi comunicado à Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho.
Sindicato preocupado
No final de 2024, a empresa de componentes automóveis fundada em 1988, encerrou a fábrica de Arcos de Valdevez lançando para o desemprego 350 pessoas. Nessa altura, o CEO, António Cândido, garantiu que não estavam em causa despedimentos na unidade produtiva de Joane.
O administrador adiantou, no mesmo momento, que o grupo recebeu um apoio de quatro milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para a unidade industrial de Joane.
Na base do encerramento da unidade produtiva de Arcos de Valdevez esteve a “forte recessão” da indústria automóvel”, mas António Cândido antecipava que no futuro não haveria lugar a despedimentos uma vez que os projetos que a empresa tinha em Joane eram “estáveis”.
A fábrica do concelho de Famalicão emprega, atualmente, cerca de dois mil trabalhadores. O JN tentou contactar a Coindu, mas não conseguiu chegar à fala com nenhum responsável.