Seis jovens arquitetos juntaram-se no Coletivo Seis Dois Quatro, plataforma de intervenção através da qual pretendem tornar-se agentes ativos no desenho das cidades, com contributos no sentido de as tornar mais sustentáveis. A última iniciativa foi o lançamento de uma carta aberta por um Porto mais ciclável.
Corpo do artigo
Também disponível online, onde conta com sugestões de cidadãos das mais variadas áreas profissionais e a assinatura de 225 subscritores, a missiva nasceu depois de constatado o traçado do metrobus da Avenida da Boavista.
"Estranhamos que uma obra tão estruturante não tenha espaço para a bicicleta. O metrobus mostra-se, ao mesmo tempo, uma evolução e um retrocesso. Representa uma grande evolução ao conferir uma via dedicada a transportes públicos, enquanto exclui a ciclovia e estreita os passeios", explica Patrícia Varão Moreira, que, juntamente com Beatriz Rosendo, Maria Eduarda Filipe, Miguel Van-Zeller, Raquel Stattmiller e Ruben Vasques faz parte do Coletivo Seis Dois Quatro, cujas atividades podem ser seguidas através da sua página na rede social Instagram. "É uma incoerência grave num projeto que privilegia o automóvel, o meio de transporte menos eficiente", sublinha.
A carta aberta, que tem como destinatários a Câmara do Porto e a Empresa do Porto, "exige a materialização de uma rede ciclável lógica e estruturada", que inclua o eixo Rotunda da Boavista - Rotunda da Anémona. "Queremos o seu planeamento, desenvolvimento e implementação, assim como prazos, objetivos e recursos que invistam na ideia de um futuro sustentável para o Porto", reclama o Coletivo. Apesar de três dos membros trabalharem atualmente fora do país, o Seis Dois Quatro "continua ativo e sempre disponível para a discussão em torno das melhores ideias para a vida urbana", garante Patrícia Varão Moreira.