Câmara espera que no próximo ano o evento da Festa do Corpo de Deus, já esteja classificado como Património Cultural Imaterial.
Corpo do artigo
O combate foi duro e dos mais longos da memória recente, mas no final a tradição de Monção cumpriu-se: o cavaleiro São Jorge derrotou o dragão Coca, símbolo do mal. O autarca local, António Barbosa, espera que a vitória seja presságio de boa colheita de vinho Alvarinho e também que, no próximo ano, o evento já decorra estando classificado como Património Cultural Imaterial.
A luta que todos os anos se realiza na vila de Monção, no âmbito da festa do Corpo de Deus, voltou a levar milhares de pessoas ao anfiteatro natural do Souto, onde durante mais de 20 minutos o bem e o mal se defrontaram.
O costume dita que a vitória do S. Jorge anuncia boas colheitas agrícolas. Mas para isso o cavaleiro tem de espetar três vezes a sua lança na boca do dragão e depois disso cortar-lhe uma orelha. A julgar pela dureza do embate, o ano será de sucesso.
“Foi muito duro. A Coca tinha a boca muito fechada e depois as orelhas torceram, foi o que complicou. E o cavalo estava nervoso”, contou, no final, ao JN, Carlos Rodrigues, de 21 anos, que vestiu pela terceira vez a pele de São Jorge, montado no cavalo branco de nome Arinto, que também não foi a primeira que enfrentou o dragão. “Estou cansado, mas desistir nunca. Há que ter uma boa colheita para Monção”, disse.
Quem também celebrou o triunfo foi o presidente da Câmara, António Barbosa, que espera ter no próximo ano a tradição classificada como Património Cultural Imaterial, até porque o processo já está em andamento.
“Tivemos conhecimento que hoje a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte estaria aqui a visionar estas festas para continuarmos esse caminho. É um processo que já deveria estar feito, mas estaremos à porta de poder dar boas notícias”, declarou, considerando que o reconhecimento chegará a tempo da próxima edição.
Formulou ainda o desejo que o combate de ontem “seja ao nível daquilo que vai ser a colheita de vinho e da Feira do Alvarinho que está à porta [3 a 6 de julho ], de muita luta, mas com o final pretendido, com muita gente e mais visibilidade para o território”.