Um homem de 25 anos morreu quando a mota que conduzia embateu violentamente contra uma carrinha que fazia inversão de marcha, na Maia, esta quarta-feira. A condutora foi transportada ao hospital, queixando-se de dores na coluna. A GNR está a investigar.
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A violência do acidente era patente no estado da carrinha, cujas portas estavam muito amolgadas. Tudo indica que André Fonseca Rocha e Melo, o condutor da mota, morador em Águas Santas, perto da Milaneza, caiu ao chão antes de embater contra o veículo, pelas 20 horas de quarta-feira. A mota estava parada a um metro do veículo, mas André Manuel ficou entalado debaixo da carrinha, a mão direita presa por uma roda, conta Joaquim dos Santos, pai de Selma Filipa, a mulher de 28 anos e com quatro filhos pequenos que conduzia o Fiat preto.
Foi preciso usar o macaco para levantar o veículo e o soltar jovem, ainda com vida. Durante mais de meia hora, o INEM tentou reanimá-lo, mas acabou por declarar o óbito, contaram ao JN algumas das pessoas que assistiam aos acontecimentos, chamadas pelo estrondo ou pelos carros dos Bombeiros e da Cruz Vermelha da Maia e da GNR.
"Ai que matei um homem"
Todos garantiam não terem visto o acidente, pelo que a única versão apurada pelo JN foi contada pelos pais da condutora. "Íamos às compras ao Pingo Doce de Castêlo da Maia", disse a mãe, Fernanda Fernandes, que seguia na carrinha. Atrás, ia uma neta de dois anos e meio, que sofreu uma pequena contusão na cabeça, tendo sido vista pela equipa do INEM.
Segundo a mãe, Selma tinha pegado no volante da carrinha do pai. Estava estacionada à porta de casa, na direcção contrária do Pingo Doce, pelo que era necessário fazer inversão de marcha. Garante terem olhado para cima e para baixo, que a rua estava desimpedida. Mas, já com a carrinha atravessada na estrada, surgiu a mota. "Não deu tempo para fazer nada", assegura. A primeira preocupação de Fernanda foi com a neta: "Arranquei-a do carro e fui ver a minha filha".
Contam testemunhas no local que Selma ainda esteve, em pé, à porta de casa, mas que se começou a sentir mal e acabou por ser transportada para o hospital pelos bombeiros. "Tinha dores na coluna e nas coxas", contou o pai. Mas à mãe, o que preocupava era o estado psicológico de Selma. "Estava sempre a dizer: Ai que matei um homem".
O Núcleo de Investigação Criminal de Acidentes de Viação, estava a fazer perícias no local para conduzir a investigação obrigatória em acidentes com vítimas mortais.