Coligação da AD em Olhão acusa candidato do PS de apelar ao voto e faz queixa na CNE

Segundo a queixa, a que o JN teve acesso, "no dia 11 de outubro de 2025, circulou em diversos grupos privados de comunicação (designadamente via WhatsApp e Messenger), tendo posteriormente sido publicado para o público em geral em várias redes sociais, designadamente Facebook e Instagram, um vídeo gravado pelo candidato do Partido Socialista à Câmara Municipal de Olhão, Ricardo Veia Calé, destinado presumivelmente a militantes e apoiantes do PS, com a clara intenção de apelar ao voto no Partido Socialista".

Acrescenta a coligação liderada por António C. Andrade que, "no vídeo em questão, o referido candidato incentiva os seus apoiantes a "Garantir que toda a gente vai votar"; "Ir buscar as pessoas a casa"; "Ver o que é preciso para que consigam ir votar", claramente pretendendo que os munícipes olhanenses sejam influenciados a votar no partido socialista".

Na queixa à CNE, a coligação AD - PPD/PSD.CDS/PP que concorre em Olhão considera que "o vídeo, apesar de informal e dirigido a um público interno, configura uma ação organizada de mobilização de eleitores com meios não explicitamente disponibilizados a todas as candidaturas, podendo configurar, além de um tratamento desigual, uma tentativa de influência indevida no ato eleitoral".

"Nunca peço nem apelo ao voto no PS"

Questionado pelo JN, Ricardo Veia Calé nega que tenha cometido alguma ilegalidade. "Confirmo que o vídeo foi feito hoje. Tenho um grupo no WhatsApp, que é da direção da comissão política, e achei que era mais fácil, em vez de escrever, gravar um vídeo, com um único objetivo, que era mobilizar a direção do partido para que falassem com familiares e amigos e dando nota da importância desta eleição para o futuro do concelho", disse.

No entanto, "nunca peço nem apelo ao voto no PS. Não cometi nenhuma ilegalidade. Não há nenhuma ilegalidade porque não apelo ao voto no PS", garante o candidato socialista à Câmara de Olhão. "Também não peço que seja partilhado. Aliás, no início e no fim, peço mesmo que não seja partilhado. Reforço que o vídeo foi feito num grupo fechado, privado, e é pedido que não seja partilhado", frisou ao JN.

"Sei que, em grupos de outros partidos, também foram partilhadas mensagens em que é pedido a todos para se mobilizarem para este ato oficial. Talvez o meu único erro foi ter feito o mesmo, mas em vídeo. Tive pena que tivesse extravasado. O pior ato é o de outros partidos, que estão a partilhar o vídeo, que é privado", aponta Ricardo Veia Calé.