A coligação PSD/CDS-PP, na Câmara de São João da Madeira, votou contra o empréstimo de três milhões de euros destinado à requalificação da Avenida do Brasil, considerando que esta não é uma obra prioritária. A maioria socialista que lidera o Executivo aprovou o empréstimo. Obra deverá começar em 2024.
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A proposta para a contratação de um empréstimo no valor de três milhões de euros para a requalificação da Avenida do Brasil foi apresentada na última reunião do Executivo pelo presidente da Câmara, Jorge Sequeira.
O autarca justiçou que, apesar de ser “uma das entradas importantes da cidade”, a “avenida não está neste momento em boas condições”. “Precisa de uma “intervenção de fundo”. Diz que pretende transformar a avenida num “espaço com árvores, adequado à circulação de peões”, revelando que vai ser “eliminado o separador central” e alargados os passeios “com piso duradouro”. “Teremos uma avenida para a próximas décadas”, adiantou Jorge Sequeira, concluindo que se trata de uma obra de “projeto complexo e demorada execução”.
Argumentos que não convenceram os vereadores da coligação PSD/CDS-PP, por considerarem que este empréstimo pode colocar em causa a concretização de outras obras prioritárias e prometidas pela atual maioria socialista. “A cidade tem outras questões mais urgentes do que este arranjo urbanístico”. “Não estamos a abrir uma rua nova, mas [a fazer] obras de arranjo urbanístico que devem ser feitas se houver fundos comunitários”, considerou o vereador do PSD, Tiago Correia.
O vereador da coligação afirmou, ainda, que estavam a ser “alocados recursos” que “vão limitar obras como as novas piscinas, a renovação do parque escolar ou a requalificação do Pavilhão das Travessas”.
“Estamos a esgotar a capacidade de endividamento em arranjos urbanísticos de rua. Não é uma forma de gerir o dinheiro público”, referiu.
Também o vereador do CDS-PP, João Almeida, mostrou-se contrário ao empréstimo, “sem termos financiamento garantido para outros projetos”. “Estamos a inviabilizar algumas destas obras”, numa referência aos outros projetos considerados prioritários pela coligação.
“Não aprovamos esta proposta, porque ela nos coloca três milhões de euros mais longe de termos umas piscinas, três milhões de euros mais longe de termos a requalificação do Pavilhão das Travessas, de termos o terceiro edifício da Sanjotec, uma requalificação generalizada do parque escolar e de termos uma nova ligação ao IC2”, referiu.
Na resposta, o presidente garantiu que não há risco de “limitar a capacidade de financiamento comunitário” e que estão a ser “desenhadas soluções [de financiamento] para os outros projetos”, como o Pavilhão das Travessas ou financiamento da Sanjotec.
Depois de conseguido o empréstimo e concluído o projeto, que deverá estar pronto dentro de um mês, a obra de requalificação da Avenida do Brasil deverá iniciar-se nos primeiros meses de 2024 e prolongar-se por um ano. A intervenção será efetuada por fases, ao longo de 1180 metros.