Autarca pediu ao ministro para o Governo amenizar os estragos da linha de alta velocidade nas vinhas, muitas das quais irão desaparecer.
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A presidente da Câmara de Anadia, Teresa Cardoso, pediu ao final da tarde desta quarta-feira ao ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, para interceder junto do Governo de forma a minimizar os efeitos da Linha de Alta Velocidade nas vinhas do município, muitas das quais irão desaparecer devido ao traçado previsto para o novo comboio. O tema veio a calhar para o discurso da abertura da Feira da Vinha e do Vinho, que decorre até ao próximo domingo, com 130 expositores.
O ministro ouviu e, no final, respondeu ao JN que o objetivo do Governo é “compatibilizar ao máximo” o interesse nacional do projeto da Linha de Alta Velocidade e o desejo dos produtores de vinho da Bairrada, mas avisou que, quando tal não for possível, terá que prevalecer o país, “compensando os produtores pelos prejuízos”.
O traçado e toda a envolvência do projeto “vai afetar alguns dos maiores e mais conhecidos produtores de Anadia e da Bairrada”, adiantou Teresa Cardoso, que apesar do apelo ao ministro “não acredita” que seja possível mudar a situação. “A alternativa que nos deram afetava pessoas, casas, instituições, que iriam abaixo para a construção da linha férrea. Entre pessoas e vinhas, temos que defender a população, mesmo sabendo que não há dinheiro que compense mudar uma adega, uma vinha, porque não há dois locais iguais e isso reflete-se nos vinhos”, lamentou a autarca.
Teresa Cardoso pediu ainda o apoio do ministério para “por em marcha” o Centro de Investigação do Espumante, sonhado para Anadia, “mas para todos os produtores do país”. Uma pretensão que José Manuel Fernandes prometeu ter em conta.
Aposta na promoção
O ministro revelou que Portugal vai fazer uma “grande campanha de promoção” dos vinhos portugueses nos países que estão fora da União Europeia. O objetivo é escoar a elevada produção deste ano que “está a provocar um problema de stock”, adiantou José Manuel Fernandes. Para além disso, o governante prometeu aumentar a fiscalização aos vinhos importados e à deturpação dos produtos DOP -Denominação de Origem Protegida.