No centro de Santo Tirso, as obras de requalificação da Praça Humberto Delgado, em frente ao tribunal, estão a "causar um transtorno tremendo" aos comerciantes, que falam em quebras de 50% nos negócios. Há até quem pondere despedir funcionários.
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"O desemprego é garantido no mínimo, para três pessoas, se as coisas não melhorarem até ao fim do ano", vaticina José Varela, da frutaria Fresca Solução, alegando quebra de 60% no negócio: "Tivemos sempre três balanças a trabalhar e fazíamos mais de três mil euros por mês. Agora, temos uma e não facturamos 1500. Temos dificuldade em pagar ordenados".
Do outro lado da praça, Adelina Almeida, do talho Modelo, também não poupa críticas. "O acesso está muito prejudicado. O passeio está reduzido a metade, quase não cabem duas pessoas", observa. "E não há estacionamento", completa uma cliente. "Quando tínhamos rua, as pessoas estacionavam e faziam as compras", remata Adelina Almeida.
"Várias vezes autuado" por estacionar na via pública para descarregar, José Varela alerta: "Se a autoridade não facilita, ninguém vem comprar fruta, mesmo que seja de qualidade, para depois pagar 30 ou 60 euros de multa".
Já Pedro Matos, do restaurante Tirsense, faz subtracções com optimismo. Encara a "quebra muito significativa" no negócio (50% no take-away e 30% na sala de refeições) como uma "consequência natural" da obra que, desde Outubro, interrompe o trânsito em parte da praça e numa rua contígua.
O problema foi denunciado pelo PSD de Santo Tirso, que defende que deveriam ter sido previstos "os eventuais impactos negativos no já depauperado comércio".
O presidente da Câmara garante, porém, que os constrangimentos ao trânsito foram acautelados e os comerciantes informados. Castro Fernandes adianta ainda ter aberto um concurso público para a construção de parques de estacionamento subterrâneos.