Um esplanada tipo marquise no Largo Dr. David Alves, na Póvoa de Varzim, está a criar confusão entre os comerciantes da Rua da Junqueira. Os donos dizem que não vêem problemas, os vizinhos sustentam que a estrutura afasta pessoas das montras.
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O presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, Macedo Vieira, que inicialmente afirmou ter embargado a obra, diz que é preciso “bom senso” e garante que, se depender da Autarquia, a estrutura fica.
“Todos os anos temos esplanada no meio do largo e nunca criou confusão. Este ano, por sugestão da Câmara, encostamos a esplanada à pastelaria, para não criar embaraços ao movimento das pessoas na praça”, explicou, ao JN, José Sousa, marido da proprietária da Pastelaria “Riba Mar”.
José Sousa não vê motivos para tanta discussão. “Acho que as esplanadas favorecem o comércio, porque trazem mais gente à rua, que mais facilmente entra nas casas ao lado”, contrapõe.
Há pouco mais de uma semana, confrontado com a polémica, Macedo Vieira garantiu ter embargado a obra, que avançou sem qualquer licença. Mas uma semana depois, afinal, já não era bem assim: faltava o licenciamento, mas, com aprovação prévia de um esboço, o “Riba Mar” avançou.
Agora, o presidente da Câmara da Póvoa diz que é preciso “bom senso”. “Às vezes vamos a Paris e achamos as coisas excepcionais e, quando estamos na Póvoa, e, porque somos uns parolos, já não pode ser”, afirmou o edil, acrescentando que os proprietários já entregaram todos os documentos pedidos e que, se depender dele, a esplanada ficará mesmo no Largo Dr. David Alves.
“Antigamente, quando a esplanada estava no meio do largo, ninguém reclamava, porque permitia a circulação junto aos estabelecimentos. As pessoas passavam em frente ao ‘Riba Mar’, à Casa ‘Mandim’ e à Foto ‘Neta’, junto às montras. Agora não. Existe aqui um triângulo completamente morto. Por causa da esplanada, todas as pessoas têm que circular no centro da praça e criam aqui um espaço morto. É inconcebível”, reclama Carlos Vieira, o proprietário da “Foto Neta”, que diz ser “o mais prejudicado”. Denuncia, ainda, que se cria um canto “morto”, onde se acumula o lixo.