Comércio da marginal à espera que haja sol

"Andamos com azar. No primeiro ano da Red Bull fizémos bom negócio. No ano passado montaram-nos umas tendas à frente, que não deixavam ver os aviões e os clientes fugiram. Este ano é o nevoeiro e talvez a chuva. A ver vamos. Mas acho que as pessoas já estão a ficar cansadas dos aviões", afirmou Mário Cunha, que trabalha no bar dos Mareantes do Rio Douro, na Avenida de Diogo Leite.

Apesar da proximidade com a "acção", Mário Cunha diz não ter tempo para ver passar os ases dos céus. "Tenho a televisão sempre ligada e vou espreitando as imagens. Primeiro está o trabalho", confessou.

Se, em 2007, o fim-de-semana da Red Bull Air Race foi "muito bom" no restaurante Sabores d'Aldeia, na Avenida de Ramos Pinto, o ano passado foi "medíocre". "Este ano tudo depende do tempo. Em 2007 tudo se conjugou a nosso favor. Havia o factor novidade e fazia muito calor. Vendi 11 barris de cerveja. No ano passado, durante as provas, não cheguei aos três barris. Hoje [ontem] 80% dos meus clientes não estavam em Gaia por causa dos aviões. Mas é óbvio que se faz sempre mais negócio do que o normal", afirmou Bruno Couto.

Na vizinha Toca do Coelho, José Costa recordou, divertido, como quase perdia a primeira edição da Red Bull Air Race e uma boa oportunidade de negócio. "Ia fechar para férias e já tinha tudo marcado no Algarve. Comentei com um familiar que até me pediu a chave do restaurante para abri-lo durante as corridas. Resolvi adiar o início das férias e, realmente, trabalhei muito bem", referiu José Costa.

Medindo o êxito em barris de 50 litros de cerveja, na Toca do Coelho esvaziaram-se, em 2007, oito. No ano passado, ainda sobrou cerveja no fundo do segundo recipiente. "Muita gente já vinha prevenida com o farnel e até leitões eu vi comer. E o negócio, claro, já não correu tão bem. Este ano logo se verá. Mas, como não estamos de frente para o rio, costumamos ter mais clientes entre as pessoas que estão a trabalhar na organização da corrida", afirmou.