Comércio antigo demora a lidar com a nova concorrência e a transformação do centro citadino. Lamenta-se a escalada de preços.
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Os lojistas tradicionais que no centro do Porto convivem de perto com estabelecimentos de luxo estão divididos. Há quem saúde a chegada constante de concorrentes que apontam a outro tipo de carteira, mas também quem tema que isso possa descaracterizar a cidade e, em particular, essa grande montra comum que é o comércio.
"É um exagero de espaços desse género", considera Filipe Sousa, responsável do Avenida Café & Restaurante, em plena Avenida dos Aliados. Além de conviver com as obras da nova Linha Rosa do metro a poucos metros, o estabelecimento vem sofrendo também com as alterações de perfil que os últimos anos deram ao ponto central da Invicta, que, com elas, trouxe a multiplicação de espaços destinados a segmentos com poder de compra mais elevado. "Esse fenómeno veio aumentar as rendas para níveis altíssimos e provocar ainda mais que a Baixa seja somente virada para o turismo. Se dantes ainda era possível termos praticamente metade da clientela composta por portugueses, agora é 100% estrangeira", constata.