Os lojistas estão contra o fecho das ruas do centro ao trânsito que, dizem, “vai matar o negócio”.
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Os sócios da Associação do Comércio Tradicional de Guimarães desligaram, esta noite, as luzes das montras dos seus estabelecimentos, como forma de protesto contra o encerramento das ruas do centro ao trânsito. Em causa está uma experiência que o Município está a promover para avaliar o impacto do seu projeto de encerramento aos automóveis da parte norte da alameda São Dâmaso, da área nascente do largo do Toural, da rua de Santo António e da avenida D. João IV, fechando estas artérias ao trânsito, entre quinta-feira e domingo.
Numa primeira impressão, logo no dia um da experiência, Cristina Faria, presidente da ACTG, diz que “os comerciantes estão nas lojas a olhar para as paredes”. Por isso a associação apelou aos seus sócios que têm estabelecimentos nas ruas afetadas pelo corte para que, esta noite, fizessem um “apagão”, como forma de protesto. “Os comerciantes vão sofrer muito, mas a Câmara não se interessa. Vamos ter dias muito maus”, afirma Cristina Faria.
A ACTG não se deixa convencer pelo argumento de que há muitas cidades a fazer este caminho de fecho das zonas centrais ao trânsito automóvel. “Se fizermos isso vamos viver só de turismo?”- questiona. “Em Guimarães temos turistas para alimentar duas praças (praça de Santiago e largo do Toural). Não podemos viver do inglês que vem aqui tomar café”, acrescenta.
A ACTG queixa-se que a Câmara, “se avançar com o projeto de encerramento das ruas, vai estar a fechar a porta a 200 ou 300 estabelecimentos”. Cristina faria alerta que os prejuízos não são só para os comerciantes das ruas afetadas pela supressão dos automóveis, afetando também as artérias perpendiculares.