Moradores de um prédio na Rua da Constituição têm problemas com Internet há 12 anos e ninguém resolve a situação.
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Os moradores do número 2245 da Rua da Constituição, no Porto, têm problemas com a ligação à internet há 12 anos, quando, afirmam, foram feitas obras no cruzamento com Rua Oliveira Monteiro, junto ao prédio. Dizem que já reportaram a situação mas ainda não foi resolvido.
São 12 as famílias do prédio onde o acesso à internet e restantes serviços, inclusive televisão, são escassos porque não tem fibra ótica.
As obras no cruzamento, que tinham como finalidade renovar os serviços de comunicação, acabaram por provocar a falta dela num dos prédios da rua. Nestes últimos 12 anos, apenas parte do problema foi resolvido. Neste momento, há apenas uma operadora que trabalha naquele prédio e, mesmo assim, "resulta num serviço com muitas falhas, já que não existe fibra", refere o morador José Guedes.
As 12 famílias estão indignadas, afinal "como é possível, em pleno no século XXI, pagar-se serviços e não se usufruir deles?".
Fernanda Silva mudou-se para o prédio na Rua da Constituição há quatro anos. Desde então, afirma ter tido vários problemas com a ligação, o que acabou por afetar a sua vida profissional. "Já fui recusada de vários empregos para trabalhar a partir de casa", adianta Fernanda. Porém, a questão do emprego não foi a única situação que lhe causou transtornos. "Na quarentena, raras eram as aulas que conseguia acompanhar do início ao fim", adianta.
"A internet é um direito constitucional", afirma convicto José Guedes. "É normal gostarmos de ver notícias ou filmes, mas não há condições. Para assistir a um filme de uma hora, a internet é capaz de parar 50 vezes", justifica.
"Como é possível no Centro do Porto não haver acesso à internet?", é a questão que levantam os moradores que, apesar do problema já ter sido exposto a várias entidades, nunca ninguém respondeu. O JN contactou as várias operadoras mas, ao fim de mais de um mês, nenhuma deu qualquer esclarecimento.