Conhecida por ser a terra onde nasceu António Variações, a freguesia de Fiscal, em Amares, voltou a cumprir esta segunda-feira uma antiga tradição da Páscoa: a travessia pelo rio Homem, que permite unir dois lugares daquela comunidade para que a cruz chegue a todas as casas.
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Apesar de há várias décadas existir uma ponte a ligar as margens, a tradição de levar o compasso pascal pelo rio continua a realizar-se todos os anos, à segunda-feira. Desta vez, mais de 1000 pessoas concentraram-se hoje para ver o trajeto feito por cinco barcos, que transportam o padre, os mordomos e a Banda Musical de Cabreiros.
"Disseram-nos que o compasso passaria por volta das 10 horas, mas só veio depois do meio-dia. Estivemos quase a ir embora, mas como era a primeira vez decidimos ficar", contou ao JN Jovelina Oliveira, natural do concelho vizinho de Vila Verde, que se deslocou a Fiscal com vários familiares. "Apesar de já conhecermos esta tradição há muito, nunca cá tínhamos vindo. Deu para perceber que é um momento muito bonito", sublinhou a vilaverdense.
Caso diferente é o de José Costa e Manuela Ferreira, um casal de Famalicão que há vários anos assiste à travessia. "Temos familiares cá e quando nos falaram desta iniciativa começámos a vir. Há cerca de 15 anos que o fazemos. Vimos por causa da tradição e por ser a terra do António Variações, de quem sou grande fã", explica José. A esposa destaca o "grande envolvimento" de jovens. "Esta travessia junta pessoas de todas as faixas etárias. Há muitos jovens, o que é fundamental para que a tradição continue", frisou.