Vários tocadores vindos de vários locais não perdem um domingo destes encontros neste concelho do Alto Minho.
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Com um domingo chuvoso e frio apenas pouco mais de meia dúzia de tocadores se juntaram para o habitual encontro de concertinas, no Campo do Trasladário, em Arcos de Valdevez. Encontro que já acontece há alguns anos e que se tornou um hábito entre amigos e curiosos que vêm até este concelho do Alto Minho para ver, ouvir e também para dançar o vira minhoto.
Manuel Cerqueira, mais conhecido por Ferreirinha, tem 75 anos e diz que provavelmente é o tocador mais velho do grupo e o amor à concertina já vem da infância, desde os 8 anos, até porque o pai construía este instrumento musical tão típico desta região.
"Isto é o amor à terra, é manter a tradição", diz Félix Fernandes, tocador de concertina, de 65 anos que desde há dois se junta todos os domingos ao grupo. Mas há quem tenha vindo de mais longe e não perde a oportunidade de tocar concertina com os companheiros. "Sou natural de Ponte da Barca mas vivo em Bruxelas onde tenho uma escola de música e ensino estes tradicionais instrumentos como a concertina e o cavaquinho aos meus alunos, no coração da Europa", diz António Fernandes.
Pedro Gomes, um dos mais novos tocadores do grupo, com 16 anos, tenta não perder um domingo destes encontros. "Este gosto passou de geração em geração, desde o meu bisavô. Gosto de tocar concertina e outros concelhos até já tentam organizar estes encontros mas não é a mesma coisa que aqui", defende.
A estes encontros juntam-se algumas centenas de curiosos de concelhos vizinhos, como Ponte de Lima e Viana do Castelo mas também de outros locais como Vila Verde, Terras de Bouro, Braga ou Vila Nova de Famalicão. Já chegaram a juntar-se cerca de 20 tocadores a animar as tardes de domingo em Arcos de Valdevez.