Até ao final deste ano, será lançado o concurso público para o projeto de reconversão das avenidas Montevideu e do Brasil. Antes disso, revelou a Câmara do Porto, a solução de reconversão será discutida com os partidos políticos, sendo que as conclusões do relatório de auscultação pública não são vinculativas.
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Será promovido "o lançamento de concurso público para aquisição de projeto [de reconversão das avenidas de Montevideu e do Porto] até ao final do corrente ano", respondeu a Câmara do Porto à Lusa. Mas antes de o procedimento avançar, acrescentou o Município, a solução de reconversão será discutida com os partidos políticos.
A isso, a Autarquia acrescenta que as conclusões do relatório de auscultação pública sobre as soluções preferidas dos participantes não são vinculativas. As duas propostas, C e C1, em conjunto, contaram com maior aprovação dos participantes (45%), de acordo com a Lusa. Pressupõem a diminuição do número de faixas para os automóveis e a permanência da ciclovia no canal viário.
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Fazendo as contas de forma independente, a proposta C foi selecionada por 15% dos participantes. Em vez de quatro, propõe que passem a ser três as vias de circulação automóvel: uma no sentido sul-norte e duas no sentido norte-sul. O canal viário existente contará ainda com uma ciclovia, que terá uma floreira como "segurança" relativamente aos automóveis.
Já a proposta C1 reuniu 30% das preferências. É considerada uma "variante" da anterior e propõe que também se mantenha a largura total do canal viário existente, mas que se assuma apenas uma via em cada sentido para a circulação automóvel e a faixa central sirva para "viragens a nascente".
Quatro vias de circulação e alargamento das faixas
O relatório, consultado pela Lusa, indica, por outro lado, que 31% dos participantes indicaram preferir a solução A, que mantém as quatro vias de circulação automóvel, o estacionamento longitudinal e a ciclovia, aumentando de forma generalizada a largura tanto da faixa de rodagem automóvel, como ciclável.
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A proposta B, solução que também mantém a largura do canal viário existente, foi selecionada por 24% dos participantes. Nesta solução, a ciclovia passa para o passeio marítimo e a "segurança" entre os ciclistas e peões é feita através de bancos e floreiras "colocadas pontualmente".
"Brincar com os números"
Aquando da divulgação dos resultados da auscultação pública, o candidato pelo PSD à União de Freguesias de Aldoar, Foz e Nevogilde e eleito deputado da assembleia, considerou que os resultados foram "deturpados", dizendo ser "estranho" que o Município "olhe para os resultados e resolva somá-los, quando a maioria dos participantes quer a reversão e manter as duas faixas de rodagem".
"Ganhou a proposta A, depois a C1, a B e a C. A Câmara diz [no relatório] que a proposta vencedora é a C mais a C1. Isto é brincar com os números. O que resultou desta auscultação é que 55% das pessoas querem uma reversão, ou a A ou a B", afirmou então João Pedro Antunes.
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Em reação às afirmações do social-democrata, o presidente daquela União de Freguesias, Tiago Mayan (eleito pelo movimento de Rui Moreira), rejeitou a contra-argumentação do PSD, salientando que o relatório evidencia que "a proposta de reversão que correspondia à proposta B e foi sempre a que o PSD defendeu, foi precisamente a que teve menos adesão do público".
"Naturalmente que quem defendeu sempre no PSD a reversão é natural que, agora, sinta-se um pouco desconfortável ao perceber que é precisamente essa opção que tem menos adesão do público", observou, destacando que o relatório "não é conclusivo, nem toma decisões".