A Câmara de Arcos de Valdevez aprovou a abertura de concursos públicos, no montante de quase dois milhões, para a requalificação de quatro edifícios da futura Branda Científica de S. Bento do Cando, na aldeia de Gavieira, em Arcos de Valdevez.
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Um primeiro lote de procedimentos não teve concorrentes, o que levou a autarquia a retomar o processo do zero, elevando os valores de obra em “cerca de 10%” na tentativa de atrair empresas de construção civil.
Em causa está a execução de um projeto com instalações para atividades de investigação e residência de cientistas, numa zona situada a mais de mil metros de altitude e a cerca de 40 quilómetros da sede de concelho.
“Os concursos ficaram desertos e vamos abrir novos para as três casas dos anteriores e para mais uma. Encerrado o processo, vamos abrir outro com revisão de preço, de mais ou menos 10% [acima dos valores base anteriores]”, explica o presidente da Câmara de Arcos de Valdevez, Olegário Gonçalves, comentando que o primeiro lote de procedimentos não terá tido concorrentes “devido à distância”.
Divulgar o Gerês
As obras em S. Bento do Cando implicam a reconversão de antigos quartéis de peregrinos da romaria de São Bento, que se encontram praticamente em desuso. São sete edifícios que foram cedidos pela Igreja e, ainda, uma casa florestal do ICNF, que vão ser adaptados no âmbito da instalação de uma estação biológica internacional pela associação BIOPOLIS, semelhante à criada num antigo celeiro da EPAC em Mértola. Trata-se de um investimento de cerca de três milhões de euros.
Na sua última reunião do Executivo, a Câmara de Arcos de Valdevez, aprovou a abertura de quatro concursos públicos para obras relacionadas com o projeto da associação BIOPOLIS: edifício do futuro espaço polivalente e de divulgação do Parque Nacional da Peneda-Gerês pelo preço base de 289 325,44 euros (prazo execução de 240 dias); residência pelo preço base de 452 949,14 euros (240 dias); e intervenção noutros dois imóveis, um com preço base de 938 281,00 euros (420 dias) e outro pelo valor base de 261 517,73 euros (365 dias para a obra).
Usada para pastagem do gado
Na mesma reunião, a autarquia também deu luz verde à requalificação de um edifício, no âmbito de um outro projeto científico naquele concelho, a Quinta da Ciência Viva, que vai na concurso pelo preço base de 1.332.000,00 euros (420 dias).
A Branda de São Bento do Cando, ainda é utilizada para pastagem de gado a grande altitude, no tempo quente, e deverá começar a receber cientistas em regime de alojamento, a partir de 2026.
O projeto tem como parceiro a Câmara de Arcos de Valdevez e conta com apoio dos ministérios da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), da Coesão Territorial, e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e da Fundação para a Ciência e Tecnologia.
“A Branda Científica é uma aposta do Município e tem muito interesse para o Alto Minho e para o Parque Nacional da Peneda-Gerês”, considera Olegário Gonçalves.