O que seria uma operação de rotina de abate de uma árvore gerou um problema entre a Câmara do Porto e a Nós Administramos, responsável por um condomínio na rua Alberto Sampaio, em Ramalde. A autarquia garante que as árvores são propriedade do município, mas fonte da empresa afirma o contrário.
Corpo do artigo
Após uma das duas thujas em questão ter sido abatida, durante a tarde de quarta-feira, uma moradora da zona tentou sensibilizar os responsáveis pelo corte para que não fizessem o mesmo à outra árvore.
"Além de estarem a destruir o que estão aqui há mais tempo do que nós, estão a abater árvores que estão saudáveis, numa altura em que tanto se fala de salvar o ambiente", explicou Susana Sousa.
Conseguiu, pelo menos até esta quinta-feira de manhã, quando os trabalhadores voltaram para terminar o serviço. No entanto, aí depararam-se com outra residente, com cerca de 70 anos, que esteve sentada junto à thuja, das 7.30 horas até às 11.30 horas, para impedir o abate.
À medida que os vizinhos passavam e se deparavam com o cenário, foram munindo a moradora, que preferiu não se identificar, com chá e cobertores.
A PSP e um representante do Gabinete do Munícipe da Câmara do Porto foram chamados ao local e foi nesse momento que ficou determinado que não se iria proceder ao abatimento da segunda árvore, o que animou os moradores que se foram juntando no local.
Abate ilegal
No entanto, agora há outro problema. Enquanto a Câmara portuense alega que as duas thujas são propriedade do município, fonte do condomínio afirmou o contrário, ao JN, recusando tecer mais declarações.
Um dos residentes no edifício da Rua de Alberto Sampaio presente no local explicou que a decisão do abate resultou de uma reunião de condomínio, mas defende que o tema não está bem explicito nas atas e que agora existe outro dilema.
"Falamos com o representante da Câmara e chegamos à conclusão que esta área é propriedade do município. Agora ainda vamos ter de pagar o dia dos jardineiros, a remoção do lixo verde e indemnizar a autarquia", lamenta Tiago Cunha, acrescentando que vai pedir um processo de inquérito à administração do condomínio.