Mulher de 56 anos não resistiu aos ferimentos resultantes de atropelamento.
Corpo do artigo
Um homem com uma taxa de álcool de 2,23 gramas por litro de sangue, às 9.30 horas de domingo, atropelou mortalmente uma vizinha que ia comprar pão, em Maiorca, a caminho da Figueira da Foz. O condutor já tinha antecedentes por consumo excessivo de álcool.
"Ele sempre teve uma vida difícil. A senhora morreu, mas ele também não ficou bem de certeza", confessa ao JN uma vizinha do "Zé", como era conhecido na vila. A vizinha, que pediu anonimato e se recusou a dar mais pormenores, recorda que o rapaz, de 32 anos, já teve problemas relativos à condução sob o efeito de álcool, tendo estado recentemente impedido de conduzir depois de um acidente em que esteve envolvido. Tem ainda uma vida marcada por vários problemas familiares.
A última vez que o homem conduziu com uma taxa elevada de álcool no sangue acabou por ser fatal para Maria Fortunata Pereira Sá Pinto, uma doméstica de 56 anos. A senhora, natural de Santo Amaro da Boiça, concelho da Figueira da Foz, e residente em Maiorca, saiu de casa no domingo de manhã para comprar pão, no centro da vila, como fazia diariamente. Poucos metros à frente da sua casa, no quilómetro 8,6 da Estrada Nacional 111 (que liga Figueira da Foz a Coimbra), acabou por ser atingida pela viatura conduzida pelo seu vizinho. "Viviam a cerca de 100 metros de distância um do outro", conta ao JN outro vizinho de ambos. Maria Fortunata ainda foi assistida no local pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e pela Cruz Vermelha de Maiorca e transportada para o Hospital Distrital da Figueira da Foz. No entanto, acabaria por não resistir aos ferimentos, tendo vindo a falecer naquela unidade hospitalar. O corpo foi ontem sujeito a autópsia. O funeral deverá realizar-se hoje.
Segundo os vizinhos, Maria Fortunata Pereira Sá Pinto fazia diariamente aquele caminho para comprar pão. "Ia sempre ao centro da vila com uma vizinha. Só ao domingo é que ia sozinha, porque a vizinha não podia", sublinham.
Na casa onde Fortunata vivia com o marido, na Rua Dr. Uriel Salvador (a caminho da Figueira da Foz), reinava o silêncio, com todas as portas e janelas fechadas. Para além do marido, servente de pedreiro, Maria Fortunata deixa dois filhos adultos: uma filha que mora em Tavarede (à entrada da Figueira da Foz), e um filho que reside na Gala.
Ontem, o ambiente era de consternação um pouco por toda a vila, uma vez que vítima e condutor eram bem conhecidos de todos os populares. A pergunta mais frequente era sobre o dia do funeral, sabendo-se apenas que será realizado em Tavarede, onde reside a filha da vítima.
O condutor foi ontem presente a tribunal ao início da tarde, desconhecendo-se as medidas de coacção que daí saíram. Segundo fonte da GNR de Maiorca, o atropelamento deverá dar origem a um inquérito.
Domingo trágico na zona
A morte de Maria Fortunata ocorreu no mesmo dia em que um homem de 46 anos morreu, na sequência de um despiste de um ciclomotor, na Granja do Ulmeiro, próximo de um canal de regadio. O homem residia em Alfarelos.