O conjunto arqueológico das Eiras situado nas freguesias de Pousada de Saramagos, Vermoim, Joane, Vale S. Martinho, União de Freguesias de S. Cosme, Telhado e Portela, em Famalicão é um ponto de interesse público. A classificação desta área arqueológica foi publicada esta quinta-feira, em Diário da República.
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O conjunto arqueológico das Eiras abrange uma área extensa, e é composto pelo Castro das Eiras (um dos maiores da Idade do Ferro a Norte) que inclui um balneário, pela Necrópole de Vermoim (com quatro mamoas), o Castro de Santa Cristina, o Castro de Vermoim, a Atalaia de Telhado e a Bouça do Pique.
Estes locais arqueológicos assumem uma grande importância pela "grande dimensão" que pode indicar uma "possível relevância hierárquica entre os povoados castrejos mas também pela presença de monumentos megalíticos onde fora encontrados vestígios que revelam a convivência das populações dos castros vizinhos com estas estruturas".
No Diário da República que classifica o conjunto arqueológico destaca-se a "grande coerência espacial e notável enquadramento paisagístico, a que se somam o valor patrimonial e o relevante interesse histórico dos diversos sítios". E pode ler-se que "o contexto territorial e a centralidade" relativamente à região do médio Ave, e a vivência das populações locais até à Idade Média contribuíram para a classificação.
A juntar a estes argumentos acrescentam-se ainda o interesse do conjunto arqueológico "como testemunho notável de vivências e factos históricos", assim como o seu valor estético, imaterial e material e a sua conceção arquitetónica e paisagística.
Neste âmbito, foram criadas duas áreas de "sensibilidade arqueológica" onde são definidos os trabalhos admitidos. Numa delas só são permitidos trabalhos arqueológicos de investigação e ações de manutenção, conservação e valorização dos vestígios arqueológicos. "Só é admitida a construção de estruturas reversíveis destinadas à valorização e salvaguarda do património cultural e natural existente", lê-se ainda na portaria.
Por outro lado, quaisquer intervenções no subsolo implicam parecer prévio da tutela do património cultural sendo que "todos os estudos e projetos de intervenção que se pretendam implementar no local deverão ser articulados com o arqueólogo responsável pela gestão do sítio".