Consórcio do TGV diz que paga indemnização de expropriações no dia seguinte aos acordos
O consórcio LusoLav, responsável pela construção da linha de alta velocidade, TGV, entre Campanhã, no Porto, e Oiã, em Aveiro, garantiu pagamentos de expropriações “no dia seguinte” aos acordos alcançados.
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Na sessão de esclarecimento em Espinho, realizada na segunda-feira à noite, foi ainda afirmado que a linha deverá manter o traçado que ali foi apresentado.
“Nos processos em que chegarmos a acordo temos capacidade de pagar no dia seguinte”, afirmou Rui Guimarães, administrador do consórcio LusoLav, perante os munícipes que compareceram no Centro Multimeios de Espinho.
Respondendo a uma das muitas dúvidas levantadas, o responsável adiantou que, “a partir de julho”, terão à disposição mais de dois mil milhões de euros, adiantando que “parte disso é para expropriações”.
“Sentamo-nos com as pessoas, fechamos o acordo e no dia seguinte pagamos”, garantiu.
Rui Guimarães esclareceu, ainda, que cada caso de expropriação será analisado individualmente, tendo em conta “as necessidades que têm e a capacidade de encontrarem outro local”, garantindo que poderá haver acordo para encontrar, se necessário, realojamento provisório. “Estamos disponíveis para falar”, assegurou.
"Valor de mercado"
Da sessão de esclarecimento ficou a garantia que os imóveis serão pagos de acordo com o “valor de mercado” e que as habitações situadas junto aos locais de obra, mesmo aquelas não expropriadas, serão alvo de um “levantamento exaustivo” para aferir as atuais condições das mesmas.
Desta forma, ficarão garantidas possíveis indemnizações ou a reposição de situações que possam resultar de prejuízos ou danos causados no decorrer da empreitada da linha de alta velocidade.
Sobre o traçado que foi apresentado à população, Rui Guimarães diz que há “95% de probabilidades” de o mesmo se manter. Contudo, “100% não consigo assegurar”, ressalvou.
Explicou que, “formalmente só devemos começar a falar em conversas de expropriação a partir do momento que tenhamos a aprovação do RECAPE, que será no dia 24 de outubro”. E insistiu: “Essa seria a data na qual nós nos devíamos sentar formalmente com as pessoas e falar”. Atalhou, à população, que este facto “não impede que a gente o faça antes”.
Pedido de desculpas
A sessão também foi aproveitada pelo consórcio para “pedir desculpas” pela forma como os proprietários das habitações, que serão alvo de expropriação, foram abordados. O facto de terem sido contactados a um domingo, à hora do almoço, levantou muita contestação.
A LusoLav reiterou o pedido de desculpas, mas manteve que os contactos poderão continuar a ser efetuados ao fim de semana, dias em que maioritariamente as pessoas se encontram em casa. Deixou, contudo, a certeza de um contacto prévio de aviso. E será analisada a possibilidade de a autarquia disponibilizar um espaço para o atendimento aos munícipes alvo de expropriações.
Para muitos dos presentes, os esclarecimentos prestados, não foram, nesta altura, sinónimo de confiança total e tranquilidade no processo. Contudo, há já quem se mostre agradado com o que foi sendo avançado. "A sessão foi esclarecedora e tirou muitas dúvidas”, afirmou, ao JN, João Ferreira, um dos moradores. “No meu caso fiquei aliviado. A minha casa não será expropriada e não haverá perigo ao longo da obra”, justificou.