Candidatos à Câmara da Maia apresentam soluções face à escalada de preços que já chegou à periferia.
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Há centenas de famílias à espera de casa na Maia, e muitas sem qualquer possibilidade de aceder a uma habitação no mercado normal, dada a escalada de preços. O problema já não se cinge ao centro do concelho e mesmo nas freguesias periféricas os valores são proibitivos. Esta é uma das principais preocupações dos candidatos à Câmara da Maia, que apresentam as soluções delineadas para combater o problema.
Construção e reabilitação de fogos, incentivo ao investimento privado e diminuição dos impostos sobre a habitação são algumas das medidas comuns. O cooperativismo também é visto como uma forma de ajudar a resolver este problema que é transversal a praticamente todo o país, sobretudo nas áreas mais urbanas.
António Silva Tiago, atual presidente que se recandidata a um terceiro (e último) mandato pela coligação PSD/CDS, assegura que já tem uma estratégia montada para combater este fenómeno. “Estamos a concretizar a Estratégia Local de Habitação, com 449 fogos em construção, de um total de 641 (87% da meta). São 90 milhões de euros investidos (até 120 milhões de euros em 2027) e mais 300 fogos até 2030”, garantiu.
Uma visão diferente tem o candidato pelo PS, José Manuel Ribeiro, que concorre à autarquia maiata após três mandatos na presidência da Câmara de Valongo. Além da vontade de fazer com que os munícipes tenham condições para permanecerem na Maia, aponta uma solução que já funcionou no passado. “A pedra de toque será um regresso à promoção da habitação cooperativa, que tanto sucesso teve na Maia nas gerações dos nossos pais e avós, com cedência de terrenos e isenção de taxas municipais, e a criação de zonas de reabilitação urbana para redução do IVA da construção”, sugeriu.
Nesta linha, Carlos Luís Ramalhão, do BE, acredita que o cooperativismo pode ser uma ferramenta importante para contrariar esta crise. “Os edifícios e terrenos municipais suscetíveis de uso para habitação não devem ser vendidos, mas sim reabilitados e disponibilizados para as necessidades da população. Propomos a criação de um gabinete específico para apoio ao desenvolvimento de cooperativas de habitação na Maia, não esquecendo o papel histórico das mesmas no concelho”.
Joana Machado, da CDU, recorda que o Estado tem um papel fundamental neste tema. Além disso, salienta a urgência de criar uma estratégia municipal de habitação. “A CDU propõe a criação duma bolsa de edifícios e terrenos municipais para habitação pública, bem como a implementação de um plano rigoroso de manutenção do parque habitacional”, explicou a candidata.
Plano nacional
Já o Chega, cujo cabeça de lista nestas eleições autárquicas é André Almeida, garantiu que “não há soluções milagrosas”. “A ausência de um plano de construção a nível nacional é algo que deverá ser urgentemente reavaliado. Demorará anos a surtir efeito”, admitiu.
António Manuel Fonseca, da IL, que foi o último candidato a apresentar-se a esta corrida, pretende uma “simplificação dos processos de licenciamento”. Paula Neves, candidata do PAN, propõe a “criação de um Observatório Municipal de Habitação”.