As obras de construção do Museu da Língua Portuguesa, em Bragança, tem início previsto para o próximo mês de novembro com um prazo de conclusão estimado até 2022.
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O presidente da câmara de Bragança, Hernâni Dias, acredita que este equipamento vai contribuir para afirmação da cidade e da região, sobretudo ao nível da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Estima-se que, em 2025, se verifique um resultado global anual na ordem dos 3,3 milhões de euros associados à atração que o museu pode fazer.
Hernâni Dias está confiante que vai trazer turistas à região, bem como qualificar a oferta do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), sobretudo em áreas relacionadas com a Língua e Cultura Portuguesas.
O projeto é assinado pelo ateliê Joaquim Portela-Arquitetos, do Porto, que venceu o concurso de ideias do município, que esteve envolvo em polémica e acabou com um processo no Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela depois de um dos candidatos ter reclamado. Entretanto, o caso foi encerrado e, segundo o presidente da Câmara de Bragança, teve um desfecho favorável à autarquia.
"Foi um processo não por razões técnicas mas políticas. Tentaram criar alguns problemas e introduzir polémica no processo que decorreu conforme as normas dos tribunais. Foi em 2018 e o município de Bragança foi absolvido porque não havia matéria nenhuma para reclamar o que quer que fosse. Não demos grande relevância a este processo porque sabíamos que tínhamos agido de forma muito concreta e correta dentro das normais legais. A empresa que reclamou foi condenada e teve que pagar as custas ao tribunal", explicou o autarca.
Hernâni Dias considera o museu será um equipamento "marcante" para a Bragança, a região e o país, pois até agora só existe outro, em S. Paulo (Brasil).
O vencedor inicial do concurso para seleção do projeto do Museu da Língua Portuguesa foi a Nextpower-Comunicação e o Atelier Ramos & Clark . Mas o relatório final do júri, aprovado em 24 de abril de 2017, que dava este consórcio como vencedor, foi anulado devido a irregularidades na submissão da candidatura passando a figurar em primeiro lugar o segundo classificado, Joaquim Portela-Arquitetos
A abertura do procedimento "Empreitada de Obras Públicas - Museu da Língua Portuguesa" foi aprovada na última reunião de câmara, na passada segunda-feira, onde foi ainda aprovado o caderno de encargos, o júri e restantes peças necessárias para as obras poderem começar.
O MLP é uma intervenções incluídas no Plano no Estratégico de Desenvolvimento Urbano que está em curso na cidade de Bragança. Trata-se de um investimento no valor de 10 milhões de euros para a reabilitação dos antigos silos da EPAC, cujo interior será transformado para a instalação do museu, que apostará principalmente em conteúdos virtuais.
O processo de construção do equipamento tem-se arrastado mas o autarca defende que "é complexo". "Desde a fase inicial em que foi pensado o projeto, até à aquisição do próprio espaço, que o município comprou à Direção-Geral do Património, com um valor de 613 mil euros, foram necessários quase dois anos.
Só depois da aquisição podemos fazer os estudos necessárias para o lançamento do concurso de ideias, incluindo um de viabilidade económica e financeira, que é obrigatório, para se iniciar a construção.
Encomendamos ao Politécnico de Bragança um estudo sobre os conteúdos a instalar e tivemos que fazer um outro concurso para se desenharem as experiências e para a conceção dos conteúdos", descreveu Hernâni Dias.