Consulado de Angola em Bragança pode "estabelecer pontes" para estudantes, trabalhadores e empresários
Foi inaugurado, nesta quinta-feira, o consulado honorário de Angola em Bragança, um novo serviço que se espera que possa "estabelecer pontes", permitindo aumentar o intercâmbio de estudantes, trabalhadores e de empresários, salientou António Cunha, cônsul do país africano em Portugal.
Corpo do artigo
O consulado ficou instalado no edifício onde funciona a Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Bragança, onde agora os cidadãos angolanos podem tratar de documentos como o cartão do cidadão e outros. A inexistência deste serviço no distrito obrigava a deslocações ao Porto.
"A comunidade de estudantes angolanos aqui é muito relevante e, por isso, deu-se prioridade à abertura para propiciar uma assistência mais rápida aos estudantes e evitar que tenham de se deslocar ao Porto para tratar da sua documentação", indicou a cônsul honorária de Angola no Porto, Dulce Gomes.
A cônsul apelou às autoridades locais "uma atenção especial para que sejam criadas facilidades para a sua integração rápida e condigna porque todos terão vantagens".
António Cunha, cônsul honorário de Angola em Portugal, radicado neste país africano há mais de 40 anos, vincou a importância de abrir este novo serviço e Bragança face à comunidade angolana que vive nesta cidade, com cerca de mil pessoas, das quais 700 são estudantes.
"Quisemos criar aqui um cantinho de Angola em Bragança, onde temos uma comunidade grande e também queremos fomentar o investimento económico entre os portugueses desta região. Já estão alguns em Angola, mas podem crescer muito mais", referiu António Cunha. "É um elo de ligação e uma caixa de correio através da qual podemos levar a correspondência e trazer para cá", acrescentou.
O cônsul honorário acredita que seria benéfico que muitos angolanos fossem para Trás-os-Montes "face à desertificação" da região. "Trazem mão-de-obra, conhecimento e o seu trabalho. Já existem trocas comerciais, mas podem ser fomentadas. Bragança produz na área do agronegócio e já alguns empresários daqui estão em Angola", vincou António Cunha, destacando que "muita gente quer ir, mas tem medo". O consulado "é uma porta e nós podemos levá-los pela mão ao sítio certo".
A cônsul honorária de Angola no Porto, Dulce Gomes, acredita que este serviço "permitirá o crescimento das relações" entre os dois países, nomeadamente entre empresários. "Bragança terá mais-valia em ter aqui o consulado e muitas vantagens acabarão por ser repercutir a favor do povo brigantino", sublinhou Dulce Gomes.
Fernanda Silva, vereadora da Câmara de Bragança, deu como exemplo de boa integração a Associação de Estudantes Africanos, que criou uma instituição particular de solidariedade social, há um ano e meio, "que integra o conselho de ação social de Bragança, para fazer um trabalho de prevenção para a comunidade".