As buscas por um jovem de 17 anos que foi arrastado por um agueiro e está desaparecido no mar na Costa da Caparica, desde a tarde de terça-feira, prosseguem hoje com o helicóptero da Força Aérea, meios da Polícia Marítima de Lisboa e bombeiros.
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O jovem é natural de Póvoa de Santo Adrião, em Odivelas, e tinha ido à praia com dois amigos.
Os três foram apanhados por um agueiro, uma corrente forte que arrasta os banhistas para zonas profundas e longe da praia. Um deles conseguiu sair pelo próprio pé e outro foi resgatado do mar pelos nadadores-salvadores em estado crítico. No areal, foi reanimado pelos bombeiros da Trafaria e deu entrada no hospital com hipotermia em estado ligeiro.
Nas operações de busca, coordenadas pela Polícia Marítima de Lisboa, estão empenhados, por mar, tripulantes da Estação Salva-vidas da Capitania do Porto de Lisboa e da Estação Salva-vidas de Cascais, elementos dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas e o navio NRP Tejo da Marinha Portuguesa. Em terra, forma mobilizados elementos do Comando Local da Polícia Marítima de Lisboa, apoiados por um drone, e os meios do programa “Praia Protegida” do município de Almada. Foi empenhada também uma aeronave da Força Aérea Portuguesa.
O gabinete de psicologia da Polícia Marítima foi ativado e encontra-se a prestar apoio aos familiares da vítima.
Conselhos aos banhistas
Os agueiros são correntes muito fortes que arrastam o banhista, desprevenido, para zonas afastadas e mais profundas da praia e podem aparecer junto de molhes, afloramentos rochosos ou ao longo das praias a intervalos regulares. A Autoridade Marítima Nacional aconselha o banhista, perante um agueiro, a não entrar em pânico nem tentar vencer a corrente. Deve pedir ajuda e nadar lateralmente até deixar de sentir o efeito da corrente. Depois, deve tentar sair da água num local afastado do agueiro.
A Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores (Fepons) alerta para o elevado risco de afogamento em Portugal devido à ausência generalizada de nadadores-salvadores nas praias e o chamado mar de inverno, com correntes fortes que o tornam perigoso à prática de banhos. Assim, o Observatório do Afogamento da Fepons recomenda evitar zonas não vigiadas ou com mar agitado, a formação em segurança aquática para toda a população e o reforço do investimento público em campanhas de prevenção e na vigilância ao longo de todo o ano.