Contratação de militante socialista para a Câmara do Marco azeda relação entre camaradas do PS
A presidente da Câmara do Marco de Canaveses, Cristina Vieira, foi "aconselhada" por um camarada do Partido Socialista, em reunião do Executivo Municipal, "a resistir à tentação de pagar com o dinheiro dos marcuenses as dívidas que tem para com o partido". O PSD fala em acusações gravíssimas.
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Em causa está a contratação de um engenheiro informático por parte da Câmara liderada por Cristina Vieira, através de um procedimento de mobilidade interna da Função Pública, no verão de 2022, e que Mário Bruno Magalhães, à data vereador com o pelouro dos Recursos Humanos, garantiu agora em reunião de Câmara, recusou contratar. Cerca de mês e meio depois, Mário Magalhães foi afastado, pela presidente, de todos os pelouros e da vice-presidência da Câmara do Marco de Canaveses por “deslealdade”. Em outubro de 2022, perderia, por 16 votos, as eleições internas do PS Marco para a edil marcuense.
“Há pessoas a quem a senhora prometeu emprego para votar em si nas eleições internas do Partido Socialista", revelou Mário Bruno Magalhães, na última reunião do Executivo Municipal, prometendo "oposição" à autarca, "porta a porta dos marcuenses".
A contratação do referido engenheiro informático "foi completamente transparente, é pública e foi deliberada numa reunião de Câmara, onde o vereador Mário Bruno Magalhães não teve o comportamento que teve aqui hoje", defendeu-se Cristina Vieira, na acalorada troca de argumentos.
"Refuto todas as acusações que o senhor vereador fez e prometo, enquanto presidente da Câmara, tomar medidas", acrescentou a autarca.
Assistindo “de cadeirinha” à discussão entre socialistas, Francisco Vieira, vereador na oposição e presidente do PSD, pediu a palavra.
"O PSD não se mete na vida dos outros partidos, mas quando há data [setembro de 2022] o senhor vice-presidente Bruno Magalhães ficou sem a vice-presidência da Câmara e perdeu os pelouros, tal facto causou alguma estranheza e pouco ficou esclarecido", disse Francisco Vieira. “A ser verdade, como aqui foi dito, é muito grave e o PSD vai ter de tomar medidas. Não podemos permitir que essas dúvidas permaneçam", concluiu o vereador social democrata.
António Orlando