Várias centenas de pessoas formaram, este sábado, um cordão humano que "abraçou" parte do centro histórico de Évora, como forma de protesto contra a extinção de freguesias e em defesa dos serviços públicos e do emprego.
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O cordão humano formou-se em três locais distintos do centro histórico da cidade alentejana, junto do hospital e da Sé Catedral e na Rua da Lagoa, e confluiu para a Praça do Giraldo, considerada a "sala de visitas" de Évora.
"A saúde é um direito, sem ela nada feito", "É preciso, é urgente, uma política diferente" e "Direitos conquistados não podem ser roubados" foram algumas das frases entoadas durante o protesto. Num dos "braços" do cordão humano, os manifestantes, vestidos de preto e empunhando bandeiras negras, carregaram um caixão, fazendo simbolicamente um funeral ao Governo e às suas políticas.
"Temos de acabar com o Governo e com esta política antes que estas políticas e este Governo acabem com o país", afirmou à agência Lusa o coordenador do União de Sindicatos do Distrito de Évora (USDE), Valter Lóios.
Já a porta-voz do Movimento de Utentes da Saúde Pública (MUSP) do distrito de Évora, Sílvia Santos, acusou o Governo de "querer o povo rendido, perante um poder que, abusando de um mandato e negando todos os compromissos assumidos, conduz o povo e o país ao desastre".
A responsável apelou para que se "unam esforços para concretizar o objetivo comum de todos os trabalhadores de pôr fim à vaga de terrorismo social em curso e abrir caminho a uma política que vá ao encontro dos interesses do povo e do país".
Na manifestação, foi aprovada por unanimidade uma moção que exige, entre outros pontos, a revogação da lei 22/2012, que estabelece os objetivos, princípios e parâmetros da reorganização administrativa territorial autárquica.
A coordenadora da delegação de Évora da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE), Élia Mira, apelou para, "no caso da lei avançar, que as atuais freguesias não participem nos processos de recenseamento eleitoral que tenham a ver com as eleições para as novas freguesias".
"Apelamos às freguesias e aos municípios para que não o façam, porque nós somos o grande pilar de todo o processo eleitoral e porque sem as freguesias ele não se poderá fazer", acrescentou Élia Mira.
A manifestação foi convocada pelo MUSP do distrito de Évora, USDE, Plataforma de Freguesias SIM, delegação de Évora da ANAFRE, Federação Distrital de Pensionistas e Idosos, Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) e pelo Movimento da Água Pública.