Salão de Hélder Pereira, em Aveiro, tem agenda lotada na primeira semana e só prevê abrandar ritmo em abril.
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No primeiro dia em que reabriram os cabeleireiros, registou-se uma corrida aos salões. "Estamos a receber muitas chamadas. Esta primeira semana já está ocupada e a próxima também já está a ficar", conta Hélder Pereira, que tem um estabelecimento com o seu nome, em S. Bernardo, Aveiro.
No final da semana passada, quando soube que poderia reabrir, o cabeleireiro avisou por SMS (mensagens de telemóvel) os clientes habituais, que se apressaram a garantir um lugar. A iniciativa permitiu-lhe "organizar a agenda" e ter 17 marcações confirmadas para o primeiro dia.
Por isso, ali, logo desde a abertura, não há "mãos a medir". Hélder Pereira e as três funcionárias afadigam-se de volta de clientes que querem, sobretudo, fazer "coloração e corte". O ritmo deverá manter-se elevado nas próximas semanas, altura em que, estima o empresário, começará a "normalizar".
Sentada numa cadeira, Alda Oliveira admite que estava "ansiosa" que o cabeleireiro reabrisse. Telefonou no sábado, para assegurar que conseguia ir no primeiro dia. "Foi muito tempo e tornou-se complicado. Já tinha alguma vergonha do estado em que estava o cabelo", admite a cliente.
Noutra cadeira senta-se Camila Fernandes, 33 anos. Há mais de três meses que não tinha um profissional a tratar-lhe dos cabelos e, agora, relaxa enquanto Poliana Cardoso lhe faz um "tratamento capilar". A seguir irá cortar. "A última vez que vim foi antes do Natal. Teria vindo mais cedo, se os salões não estivessem fechados por causa do confinamento", conta.
Poliana Cardoso trabalha sem parar. "Há muito movimento", explica, sem qualquer tom de queixa na voz. E desabafa: "Foi angustiante estarmos tanto tempo parados".
Para o segundo confinamento, Hélder Pereira teve de recorrer às suas poupanças pessoais para "meter na empresa", já que só os apoios do Estado, diz, não se revelaram "suficientes".