Circuito automóvel deste ano ainda não tem garantida comparticipação financeira do Governo ou de fundos comunitários.
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O 51.º Circuito Internacional de Vila Real arranca na próxima sexta-feira ainda sem garantias de obtenção de apoio comunitário ou do Governo, tal como tem acontecido. O investimento de um milhão e meio de euros é assumido pela Câmara, para não deixar cair as corridas de automóveis, que têm forte impacto económico na cidade e na região, para além de as promoverem no Mundo. Porém, o autarca Rui Santos não poupa nas críticas à discriminação a que este evento é, afirma o edil, sujeito.
Portugal já é palco de provas mundiais de desporto motorizado, como a Fórmula 1, o Moto GP, o Rally de Portugal, a Taça do Mundo de Carros de Turismo (WTCR) em Vila Real e o Mundial de Rallycross em Montalegre. O alcance mediático destes eventos é enorme, chegando a dezenas de milhões de pessoas em todo o planeta. O presidente da Câmara de Vila Real entende que, uma vez que contribuem para "a notoriedade do país como um destino turístico de eleição", "seria natural que as entidades nacionais que tutelam o turismo e a promoção de Portugal apoiassem fortemente a realização destes eventos".
"Eventos como o Circuito Internacional de Vila Real, realizados no Interior, devem merecer o máximo de apoio das entidades nacionais"
Portimão "está garantido"
É que, segundo diz, "desde que sejam realizados no Autódromo de Portimão, no Algarve, o apoio financeiro está praticamente garantido". Já "no que toca ao WTCR, em Vila Real e na região do Douro, e ao Rally de Portugal, em mais de uma dezena de concelhos do Norte do país, aí o caso torna-se mais difícil ou até impossível".
Rui Santos sublinha que se "não fosse o esforço titânico das autarquias, quer ao nível financeiro, quer no empenho e trabalho, já os campeonatos teriam rumado a outras paragens". O autarca vila-realense insiste que "os grandes eventos desportivos mundiais são um produto com provas dadas" e "os do Norte merecem ser apoiados, senão de forma igual aos do Algarve, pelo menos de forma proporcionalmente equivalente".
Turismo ainda acredita
O presidente do Turismo do Porto e Norte, Luís Pedro Martins, corrobora as preocupações de Rui Santos. Salienta que "não é fácil trazer eventos de grande dimensão para o Interior" e numa altura em que há tantos discursos recheados de promessas de valorização da faixa do país encostada a Espanha, "é preciso aproveitar as iniciativas daqueles que ainda têm a coragem de as realizar e que veem no Interior uma oportunidade e não uma fatalidade".
"Não será o turismo do Norte relevante para o país? Não merecerão os portugueses desta região que se aposte nos seus eventos?"
Rui Santos ainda alimenta a esperança de "vir a ter apoio" para esta edição do Circuito Internacional de Vila Real, tal como aconteceu nos anos anteriores, em que "houve apoio do Estado português e da Europa".
Participantes
Miguel Oliveira troca a mota por um carro
Miguel Oliveira, piloto português que corre no Mundial de MotoGP em motociclismo, vai participar na prova do Campeonato de Portugal de Velocidade em automóveis, este fim de semana, em Vila Real. Miguel Oliveira também vai marcar presença na sessão de autógrafos prevista para amanhã, pelas 16 horas, com os pilotos do WTCR, incluindo o português Tiago Monteiro (Honda), que volta a correr no circuito citadino de Vila Real.
Retorno
80 milhões de euros
O presidente da Câmara de Vila Real refere que as corridas de automóveis em Vila Real têm um "retorno brutal" para o concelho e que os "os últimos estudos apontam para mais de 80 milhões de euros".
Mais segurança
"O orçamento do 51.º Circuito Internacional é de "dois milhões de euros", mas vai aumentar nos próximos anos, pois vai ser necessário "reforçar a segurança da pista" para ter "provas ainda mais atrativas".
Xutos & Pontapés
O programa de animação à volta das corridas de automóveis inclui o concerto dos Xutos & Pontapés, sábado à noite.