O corte de um dos sentidos da Avenida Visconde Barreiros, no centro da Maia, em plena hora de ponta, provocou, ontem, o caos no trânsito. Moradores e comerciantes queixaram-se de "medida inédita" da Câmara, sem "qualquer tipo de aviso prévio".
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No cruzamento entre a Avenida de Visconde Barreiros, a Rua do Padre António (antiga EN 107) e a Avenida de D. Manuel II, junto ao edifício da Câmara da Maia, uma agente da Polícia Municipal não teve mãos a medir para a confusão que se instalou, às 19 horas, com o corte do trânsito num dos sentidos da via onde estão espalhados os diversos vendedores ambulantes das festas do concelho, em honra de Nossa Senhora do Bom Despacho.
No meio do confusão de condutores que tentavam entrar e sair da cidade, passava o metro. Rapidamente, os buzinões fizeram-se acompanhar de protestos. “Como é possível fechar o trânsito de umas das principais artérias da cidade em plena hora de ponta?”, reclamava um camionista, “sem saber” como iria “fugir” ao engarrafamento.
Também um morador tinha sido “apanhado de surpresa” pelo corte da via. “É uma medida inédita, sem qualquer tipo de aviso prévio. Nunca antes a rua ficou cortada a esta hora”, criticava.
Junto ao cruzamento, um grupo de pessoas verificava que “a mulher polícia” estava a “ver-se grega sozinha”. A tal ponto, que meia hora depois chegava o reforço de mais dois agentes.
Fonte da Autarquia confirmou, ao JN, que o trânsito estaria cortado, por causa da festa, até às 7 da manhã de hoje. Amanhã e segunda, a interdição será todo o dia.
O objectivo da Câmara era precisamente lançar a confusão para mostrar que a antiga EN107 (agora uma via municipal) não é alternativa às SCUT. Até porque é fechada ao trânsito mais do que uma vez por ano.
“Num raio de um quilómetro, com as festas na cidade, poucas são as alternativas do trânsito”, explicou o presidente da Autarquia, Bragança Fernandes, sublinhando que “a confusão de carros é o princípio do fim”.
Desta forma, o autarca reiterou que o “centro do concelho não pode servir como alternativa às SCUT”. E confessou sentir-se “abandonado” pelo próprio partido, o PSD, que “podia ter adiado as portagens para o final do ano”.