Após dois anos de interrupção, os estudantes voltaram a encher o centro do Porto durante a tarde desta terça-feira. O cortejo, que cumpre o 100.º aniversário, teve como ponto de partida a Rua de Camões e está a contar com a participação de uma grande multidão. Dentro desta, finalistas e respetivas famílias, carros alegóricos enfeitados a rigor e também antigos alunos. São milhares, numa festa sem fim, com menos de um quilómetro, até à tribuna instalada na Avenida dos Aliados.
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"Realização", "nostalgia" e "felicidade", foram as palavras utilizadas pelos finalistas para descrever o regresso do evento académico às ruas do Porto. Catarina Mendes, finalista da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP), afirmou, ao JN, a sensação de estar a viver o momento a triplicar: "É diferente! Desde que entrámos neste curso nunca tivemos festividades académicas por causa da pandemia e este está a ser o primeiro, segundo e terceiro anos em simultâneo, ou seja, a triplicar a emoção e a alegria".
Também "feliz e realizado", Rafael Rodrigues, finalista de Marketing do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto(ISCAP), fez-se acompanhar da família desde Guimarães para festejar os "anos muito intensos, mas de grande dedicação". A família acrescenta que "vale a pena viajar desde Guimarães para ver este momento" e festejá-lo, sabendo que para o ano, Vânia Rodrigues, a irmã, estará no mesmo lugar que Rafael Rodrigues.
"100 anos, 100 elementos", é o mote do Porto Notabilis, "o maior movimento cívico académico", segundo Macedo Mendes, o presidente da iniciativa e antigo estudante da FEP, entre os anos 1978 e 1984. Fazendo-se acompanhar de uma das mais antigas alunas da faculdade, Carolina Negreiro, o movimento celebra "os 100 anos da queima com um grupo de 100 elementos que têm uma ligação muito grande".
O grupo constituído por várias gerações convidou Carolina Negreiro, que ingressou em 1955 e foi professora de "dezenas de pessoas" que a acompanharam durante o cortejo deste ano. A antiga professora revela a sua alegria ao encontrar "caras familiares de uma vida académica espetacular".
O cortejo académico foi também evento para os finalistas que terminaram durante o período pandémico, como é o caso de Sérgio Oliveira. Acompanhado pela madrinha Ana Freitas que se deslocou "de propósito desde São Pedro da Cova", o jovem expressa gratidão e acrescenta que "é merecida a presença daqueles que não conseguiram ter, em anos anteriores, as festividades académicas".
Apesar deste ano o percurso ter sido reduzido, esse fator não condicionou a presença das pessoas e a alegria que se fez sentir no centro do Porto durante a tarde de terça-feira.
