Foram cerca de quatro centenas de figurantes que, na manhã deste domingo, voltaram a encher de cor as ruas entre a Cantareira e a Praia do Ourigo, na Foz do Douro, em mais uma edição do tradicional cortejo do Traje de Papel. Depois de um interregno de dois anos ditado pela pandemia de covid-19, o povo voltou a poder dar corpo ao momento alto das festas de S. Bartolomeu.
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Como manda a tradição, os trajes desfizeram-se no mar, quando, no final do cortejo, os figurantes correram para o "banho santo". Um ritual que, segundo a lenda, serve para afastar as maleitas durante todo o ano e para agradecer os pedidos feitos a S. Bartolomeu.
Em clima de grande animação, e com uma multidão a acompanhar o desfile a par e passo, as associações locais voltaram a dar mostras de vitalidade. E nem o presidente da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogile, Tiago Mayan, quis faltar, encarnando a figura de Fernando Pessoa. Afinal, a temática geral do cortejo deste ano foi a "Língua Portuguesa", sendo que o autarca seguiu no bloco do subtema "Saudade".
"Lusofonia" (a cargo do Órfeão da Foz do Douro), "Provérbios" (Associação de Moradores do Bairro de Aldoar) e "Centenário de Saramago" (Associação de Moradores do Bairro da Pasteleira) foram os outros subtemas da iniciativa, que também teve diversos momentos musicais. A Banda Marcial da Foz do Douro e os Pauliteiros de Nevogilde não faltaram à festa, que promete voltar para o ano.