A CP reclama cerca de 18 milhões de euros à Infraestruturas de Portugal (IP) e à Fidelidade em tribunal por causa da colisão entre um Alfa Pendular e um veículo de conservação de catenária (VCC) da IP de 31 de julho de 2020, em Soure.
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Com esta ação, a IP afirma que, também contra a Fidelidade, a transportadora “vem imputar a responsabilidade pelo acidente”. “É reclamando o pagamento de cerca de 18 milhões de euros a título de danos causados, acrescido de juros mora, bem como das despesas que resultem dos autos e demais ações judiciais que se verifiquem necessárias”, assinala em resposta ao JN.
A IP apresentou a sua contestação em novembro de 2023, “pugnando pela improcedência da ação”. A empresa diz entender “ter cumprido todos os deveres de cuidado a que se encontrava adstrita, observando e dando cumprimento às diversas normas legais e regulamentares aplicáveis ao desenvolvimento da sua atividade”.
A Fidelidade confirma ser réu nesta ação na qualidade de seguradora da IP. A companhia afirma ao JN que “impugna, por um lado, a violação dos deveres legais e /ou regulamentares alegada pela CP, e que o segurado IP estava obrigada a observar, e, por outro, invoca que a CP não demonstrou o nexo de causalidade adequada entre os pretensos danos invocados e a atuação da IP”.
Não houve anomalia técnica
O comboio, com 212 passageiros, com destino a Braga, descarrilou depois de abalroar um veículo de manutenção da IP, que entrara segundos antes na via.
O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários, concluiu, em 2021, que o acidente “não se deveu a qualquer anomalia técnica”, estabelecendo como “explicação mais provável” para a ultrapassagem indevida do VCC do sinal vermelho “um erro da tripulação”.
No acidente, morreram dois funcionários da IP e registaram-se ainda 44 feridos, três deles graves.