Cratera ameaça casa há dois anos

A situação arrasta-se há dois anos e tem vindo a agravar-se. Helena Oliveira acusa a Câmara de "negligenciar o caso".

Quando o buraco começou a surgir, em Abril de 2008, a própria Protecção Civil aconselhou Helena e o marido a "saírem de casa imediatamente", por se verificar que a habitação "estava em perigo iminente".

Mas o casal, sem ter "para onde ir", preferiu alertar a Autarquia e a GNR, enquanto lidava com os prejuízos de uma inundação que deixou a cave com mais de meio metro de altura de água, na sequência do rebentamento da conduta que passa sob a habitação.

A ajuda da Autarquia "nunca chegou" e Helena e o marido viram-se "obrigados" a colocar o caso em tribunal no início do ano. "Exijo que me resolvam a situação do colector e que me paguem todos os prejuízos causados com a inundação", disse a moradora.

Desde Abril de 2008 que "o tormento foi sempre a aumentar", confessou Helena Oliveira que, por conta da cratera estar cada vez maior no jardim de casa, deixou de "conseguir entrar com o carro na garagem". "Já para não falar no facto de nunca mais ter utilizado a cozinha regional que tenho nos fundos. O jardim está todo estragado", explicou Helena, enquanto tapa o buraco com o tampo de uma mesa de plástico. Tem "medo" que a filha, de nove anos, caia no buraco. E até já a proibiu de brincar no jardim.

"Estão à espera de desgraça"

Logo após o rebentamento da conduta, "a Câmara tratou de fazer o desvio das tubagens", disse, ao JN, a moradora. Porém, na casa de Helena Oliveira as ligações pluviais continuam a ir para o colector que tem no subsolo. Ou seja, "as águas andam por baixo da casa". Como consequência, "o chão da cave está todo oco".

"O sensato era a Câmara da Maia mandar um técnico avaliar esta situação, mas parece que estão à espera que aconteça uma desgraça para depois actuarem", criticou, acrescentando que "a casa tem sofrido ligeiros abatimentos, que causam fissuras".