<p>A comissão de credores da Metalúrgica Oliva, de S. João da Madeira, aprovou, na manhã de ontem, segunda-feira, por larga maioria, a elaboração de um plano de viabilização da empresa. O administrador da insolvência tem, agora, 60 dias para apresentar o documento que será, depois, submetido a escrutínio dos credores.</p>
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Com sinais de pessimismo assumido, o gestor nomeado pelo Tribunal avisou, no final da reunião da comissão de credores, que a elaboração do plano de viabilização "vai ser muito complexa". Tito Germano Teixeira justificou que se trata de uma empresa "com uma história e processo de recuperação muito difícil".
Advoga que a situação "mais fácil" seria "Mudar tudo". "Mudar as instalações, equipamento, diminuir as pessoas (….), mas isso envolvia investimentos de tal forma avultados que neste momento é um sonho impossível", disse o administrador judicial, referindo, ainda, que "o accionista não tem essa capacidade financeira para o fazer".
Perante esta realidade, Tito Germano Teixeira afirma que a solução passaria por conseguir um parceiro com capacidade financeira. "Até podia ser um cliente internacional da Oliva", considerou. Seja qual for a solução, refere que "o espaço de manobra é muito curto". "Não há encomendas (…), a empresa exporta 80 por cento da sua produção e há clientes que estão com as mesmas ou mais dificuldades da Oliva".
Presente na reunião de credores, a Comissão de Trabalhadores (CT) acabaria por não votar o prazo para a elaboração do plano de viabilização. A falta de informação sobre esse direito e a entrega alegadamente não atempada de documentos foram a justificação.
David Soares, da CT, avisa que na próxima reunião de credores os trabalhadores poderão não votar favoravelmente a viabilização da empresa a apresentar. "Se a Administração não aceitar as nossas reivindicações, penso que não vai contar com o voto favorável dos trabalhadores". "Mas esta é ainda uma opinião pessoal", fez questão de ressalvar, ao mesmo tempo que acusa a Administração de não ter atendido a anteriores reivindicações.
David Soares lembrou, ainda, que os trabalhadores estão "muito indignados" por causa do último lay-off. "O plano de lay-off para ser cumprido de Maio a Outubro só foi cumprido durante um mês (...). Muitos trabalhadores foram chamados ao trabalho fora dos horários previstos". Por isso, justifica, "quando nos foi apresentada a proposta para um novo lay--off, votámos contra".